SÃO PAULO, SP — De acordo com um estudo feito pelo Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos, o salário mínimo no Brasil deveria ser de R$ 6.754,33, tendo como base os preços do mês de abril.
Esse valor é mais do que cinco vezes o piso nacional atual, fixado em R$ 1.212.
O Dieese calcula esse número a partir dos gastos de uma família de quatro pessoas, incluindo despesas como moradia, transporte, saúde, educação, alimentação, vestuário, previdência, higiene e lazer.
Em comparação, no ano passado o valor calculado pelo Dieese como salário mínimo ideal foi de R$ 5.330,69. Isto quer dizer que de 2021 para cá, foi necessário um aumento de aproximadamente 27%, ou R$ 1.423,64, para se manter o mesmo padrão de vida analisado pelo Dieese.
Já no mês passado, o Dieese havia anunciado um valor de 6.394,76 tendo como base os mesmos critérios. Isto revela que de um mês para a inflação marcada pelo órgão foi de 5,6%, três vezes superior que a prévia da inflação calculada pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), que ficou 1,73%.
Para calcular o valor do salário mínimo, o Dieese se fundamenta no preço da cesta básica mais cara do país, que em abril foi a de São Paulo, custando R$ 803,99, seguido de Florianópolis (R$ 788), Porto Alegre (R$ 780,86) e Rio de Janeiro (R$ 768,42). Em todas as capitais analisadas pela instituição, as cestas básicas marcaram um aumento expressivo, ficando entre os 17,07% de João Pessoa e 29,93% em Campo Grande.