Ainda sem acordo, o Sindicato dos Rodoviários ameaçam “guerra civil” em caso de operação dos novos ônibus sem cobrador em Manaus. Entretanto, Justiça determinou liminar que proíbe qualquer paralisação ou manifestação, sujeito a multa de R$ 80 mil por hora. A paralisação estava prevista para começar na manhã deste sábado (5). As informações são do Portal A Crítica.
A decisão, emitida pela desembargadora Solange Maria Santiago Morais do Tribunal Regional do Trabalho do Amazonas (TRT-AM), determina “abusiva”, a greve do Sindicato dos Trabalhadores em Transporte Rodoviários de Manaus (STTRM). A desembargadora considerou também o áudio repercutido nas redes sociais em que mostra o presidente do STTRM, Givancir Oliveira ameaçando uma “guerra civil” contra o Sindicato das Empresas de Transporte de Passageiros do Amazonas (Sinetram).
“Alegou ameaça de deflagração do movimento paredista circulou por mensagem de áudio em diversos grupos de WhatsApp, onde o Presidente da entidade sindical suscitada utilizou o termo ‘guerra civil’, caso as empresas concessionárias do sistema de transporte coletivo urbano de Manaus coloquem em operação os novos veículos (tipo “micrão”), para atendimento da população. Como prova de suas alegações, o suscitante transcreveu links que direcionam para arquivos do Google”, descreveu Solange.
A determinação pontua ainda a operação de 100% frota e detalha ainda que o presidente e representantes sindicais mantenham 500 metros de distância das garagens e terminais com o intuito de suprimir qualquer manifestação ou paralisação. Caso haja paralisação o sindicato laboral receberá multa de R$ 80 mil por hora, com risco de prisão devida desobediência do cumprimento.
Serviço essencial
A argumentação da desembargadora do TRT leva em consideração ainda que a ampla circulação dos ônibus na capital amazonense é um serviço essencial e que, em tempos da pandemia, é necessário ter uma grande quantidade para evitar aglomerações nos transportes coletivos.
“Não foram respeitados os requisitos legais, especialmente: comunicação prévia de 72 horas; ampla divulgação; plano contingencial de atendimento à população. Além disso, a redução do número de ônibus em circulação ensejará aumento do número de passageiros transportados em cada veículo, potencializando, notadamente, os riscos de contaminação pelo COVID-19, das pessoas transportadas”, detalhou Solange.
Reuniões sem acordo
O Sindicato dos Rodoviários confirmou por meio de sua assessoria que foram realizadas várias reuniões com os dirigentes do Sinetram, porém não houve acordo.
“Fizemos várias reuniões, nada ficou definido, os empresários fizeram uma proposta, sindicato laboral fez uma contra proposta e não chegaram a um denominador comum. Sem uma decisão definitiva, a greve é inevitável”, afirmou a assessoria.
O motivo para a greve seria por conta da falta do pagamento do 13º salário da categoria e de um possível cancelamento da função de cobradores, que ficariam desempregados.