O governo do Reino Unido propôs ao Parlamento, nesta quinta-feira (11), um aumento de 100% na taxa anual de acesso ao serviço público de saúde britânico aplicada aos imigrantes residentes no país originários de nações que não pertencem à União Europeia (UE).
Atualmente, estes imigrantes para serem atendidos no serviço público de saúde britânico têm de pagar 200 libras anuais (cerca de R$ 1.000 na cotação atual), valor que o governo conservador britânico quer agora aumentar para 400 libras anuais (cerca de R$ 2.000 na cotação atual).
Desde que foi estabelecida esta taxa, em 2015, o executivo britânico arrecadou mais de 600 milhões de libras (mais de R$ 3 bilhões na cotação atual), segundo informou o Ministério do Interior num comunicado citado pelas agências internacionais.
“O nosso sistema de saúde está sempre lá quando precisamos dele, pago pelos contribuintes britânicos. Damos as boas-vindas aos imigrantes de longa duração que usam o sistema público de saúde, mas trata-se de um sistema nacional, não internacional”, afirmou a secretária de Estado para a Imigração, Caroline Nokes.
“Estamos a um passo mais próximo de aplicar mudanças na taxa de saúde e o dinheiro extra que vamos arrecadar irá diretamente para manter e proteger o nosso sistema de saúde”, acrescentou.
Caroline Nokes defendeu que “é justo que as pessoas que vivem no Reino Unido contribuam” para que o sistema de saúde funcione. E afirmou acreditar que mesmo com a subida de preço, o IHS continua “sendo uma boa oferta para todos aqueles que querem viver no Reino Unido de forma temporária”.
De acordo com a nova proposta governamental, os estudantes teriam um desconto na taxa, que seria fixada nas 300 libras anuais (cerca de R$ 1.500 na cotação atual).
O Ministério do Interior britânico, que tutela todas as normas relativas às questões da imigração, informou que o sistema público de saúde do Reino Unido “gasta 470 libras (cerca de R$ 2.350 em cotação atual) em média por pessoa todos os anos”.
O comunicado do Ministério do Interior britânico precisou que esta taxa de saúde não se aplica a cidadãos estrangeiros que tenham obtido o título de “residência permanente” no Reino Unido.
Londres e Bruxelas continuam negociando um acordo que fixe as condições da saída do Reino Unido da UE, processo conhecido como ‘Brexit’ e que tem data prevista para 29 de março de 2019.
O acordo em negociação irá detalhar, entre outros aspectos, os direitos dos cidadãos comunitários residentes no Reino Unido e dos britânicos residentes nos países do bloco europeu no período pós-Brexit.