
MANAUS (AM) — Após intensas negociações e protestos, os professores da rede municipal de ensino de Manaus decidiram pelo fim da greve iniciada em 13 de novembro, que durou exatos oito dias. O movimento, liderado pelo Sindicato dos Professores e Pedagogos de Manaus (Asprom-Sindical), era contra o Projeto de Lei Complementar (PLC) nº 8/2025, que reformula as regras de aposentadoria dos servidores públicos da capital.
A decisão foi tomada em assembleia na manhã desta sexta-feira (21), após uma semana marcada por manifestações, incluindo um ato na Câmara Municipal na quinta-feira (20). Durante o protesto, pelo menos dez educadores relataram terem sofrido agressões por parte de agentes da Prefeitura, com uso alegado de spray de pimenta — fato negado pela administração municipal, que emitiu nota afirmando ausência de violência ou contato físico por parte de seus servidores ou da Guarda Municipal.
O PLC foi aprovado pela Câmara em 17 de novembro, com 28 votos a favor e 10 contrários, e sancionado pelo prefeito na quarta-feira (19). A reforma impacta mais de 20 mil servidores ativos e cerca de 9,5 mil aposentados e pensionistas, estabelecendo idade mínima para aposentadoria e alterando critérios para ingressos no serviço público após 31 de dezembro de 2003. Segundo a diretora-presidente da Manaus Previdência, Daniela Benayon, as mudanças visam equilibrar o Regime Próprio de Previdência Social (RPPS), evitando desequilíbrios financeiros sem elevar as alíquotas de contribuição.
Com o acordo, a greve específica contra a reforma chega ao fim, mas a categoria mantém “estado de greve” para demandas como melhorias em condições de trabalho, direitos laborais e resolução de problemas em sala de aula. As aulas perdidas serão repostas, e a prefeitura anunciou adequações administrativas, incluindo atualizações em sistemas de cálculo e treinamentos para equipes de Recursos Humanos.
O impasse interrompeu as atividades escolares por oito dias, afetando milhares de alunos na rede municipal.


