Professores da Seduc aprovam indicativo de greve

Levantamento do Sinepe identificou que perto de 30% dos contratos com escolas particulares foram cancelados em 2020. Grande parte teria transferido filhos para escolas públicas

A categoria dos Professores e Pedagogos de Manaus (AspromSindical), reunida em Assembleia Geral Extraordinária neste sábado (1º), aprovou, por unanimidade entre os presentes, o indicativo de greve nas escolas da rede estadual de ensino na capital amazonense.

A categoria aprovou o entendimento de que o decreto do governador Wilson Lima, que determina o retorno dos professores que atuam nas escolas de Ensino Médio para a próxima segunda-feira (3) e o retorno dos alunos que estudam nas escolas de Ensino Médio para o dia 10, é um decreto genocida e transforma as escolas em verdadeiros abatedouros.

Segundo a AspromSindical, o Plano de Retorno das Aulas Presenciais, apresentado pelo governo, não previu as reformas das janelas das salas de aulas e das salas de professores, não prevê a testagem em massa dos trabalhadores da Educação e dos alunos, para a detecção dos possíveis contaminados assintomáticos e, o pior de tudo, não prevê nenhum controle do poder público sobre o transporte coletivo urbano, que é o principal meio de transporte utilizado por professores e alunos para se locomoverem.

E a categoria ainda levou em consideração, na sua decisão, a afirmativa do cientista Lucas Ferrante que declara que a pandemia da Covid-19 não está controlada na cidade de Manaus.

“A data que foi determinada como a indicada para a deflagração da greve é o dia 5 de agosto, próxima quarta-feira. Neste dia, caso o governo do Estado não tenha voltado atrás no seu decreto genocida, a categoria, em nova Assembleia Geral Extraordinária, deflagrará a greve contra o retorno das aulas presenciais nas escolas de Ensino Médio da Seduc”, ressalta a categoria em nota.

“Torcemos para que o Governador Wilson Lima perceba o grande erro que está cometendo, colocando em risco as vidas de milhares de pessoas, e que volte atrás, para que não seja necessário que a greve seja deflagrada.
Também foi aprovada a realização de uma grande carreata, que se dirigirá para a Assembleia Legislativa do Amazonas, com a finalidade de cobrarmos a realização de uma Audiência Pública, para fazermos o debate sobre os riscos do retorno precipitado das aulas presenciais”, completa a AspromSindical.

Carreata

Segundo a AspromSindical, a carreata dos professores e demais profissionais da educação será realizada na segunda-feira (3), à partir das 8h, com concentração na Arena Amadeu Teixeira.

*Com informações da AspromSindical