Professores ameaçam paralisar se não forem imunizados contra a Covid-19

Professores ameaçam paralisar se não forem vacinados. (Foto: George Dantas / GDC)

Manaus –  Membros do Sindicato dos Professores e Pedagogos das Escolas Públicas do Ensino Básico de Manaus (Asprom) realizaram na manhã desta terça-feira(30), uma manifestação em frente a arena Amadeu Teixeira, na Avenida Constantino Nery, cobrando a vacinação dos professores para o retorno das aulas presenciais.  A categoria também protestou pedindo melhores condições de trabalho.

De acordo com o coordenador de comunicação da Asprom, Lambert Melo, muitos membros da educação têm pagado para trabalhar, por conta da falta de estrutura e auxílio. “Buscamos a mais de um ano buscando um diálogo com o governo do Amazonas para apresentarmos a nossa reivindicação, pois estamos realizando trabalho remoto, na modalidade home office, porém tendo que pagar pra trabalhar, algo vergonhoso para o governo, pois pagamos a nossa eletricidade para atuar em casa e a conta triplicou nesse período, além de termos que usar nosso computador e nossa internet, que deveriam ser custeadas pelo governo e atualmente oneram o bolso do professor”, explicou Melo

Para a categoria, o retorno das aulas presenciais, que vem sendo discutido nas últimas semanas para a rede pública, ainda é inviável por conta da pandemia da Covid-19, indicando que a vacinação é o caminho para o retorno.

“Estamos reivindicando a antecipação dos professores na vacina para, após a imunização completa, possamos discutir com o governador o retorno das aulas presenciais. Hoje, somos totalmente contrários ao retorno, pois não fomos vacinados e não estamos imunizados. Nem mesmo o formato hibrido, pois ele só é hibrido ao aluno, já que os professores precisam ir todos os dias para a escola”, argumentou Lambert.

Além disso, foi revelado que os salários foram congelados e prejudicam a categoria. “Estamos há dois anos sem receber reajuste salarial, com a data base atrasada não sendo paga pelo governo, com descaso e desvalorização, com 10% de inflação nesse período de 24 meses, estando com salário congelado e pagando para trabalhar”, lamentou Melo.

Por conta destes problemas, a área da educação pode parar no Amazonas. “Estamos em uma das últimas tentativas de diálogo com o governo. Amanhã temos uma assembleia e há a possibilidade de aprovação do estado de greve, como os da saúde fizeram. Assim, saúde e educação caminharão juntos para exigirmos respeito ao serviço público do amazonas”, detalhou o coordenador.

Por fim, Lambert fez duras críticas ao governador do Amazonas, alegando um descaso de Wilson Lima com a categoria. ”Estamos há mais de um ano tentando conversar com o governador, mas ele ignora a categoria e o sindicato e não dialoga. Este é um governo truculento que só desvaloriza o serviço público. De 2019 para cá, as coisas só vem piorando no estado, com os professores estando precarizados e a greve unificada com a saúde é de culpa exclusiva do governador do estado”, concluiu.