Presidente anunciou que vai zerar impostos federais no diesel e gás de cozinha a partir de março

A decisão foi tomada em reunião com o ministro Paulo Guedes, durante a tarde, e vem para "contrabalançar" os recentes aumentos anunciados pela Petrobras. ─ Foto: Marcelo Casal Jr

Pressionado por mais um aumento no preço dos combustíveis pela Petrobras, o presidente Jair Bolsonaro anunciou há pouco que, a partir de 1º de março, o governo irá zerar os impostos federais incidentes no diesel e no gás de cozinha. Em live nas redes sociais, Bolsonaro também afirmou que o presidente da Petrobras, Roberto Castello Branco, disse que “não tem nada a ver com caminhoneiros” e a fala dele “terá consequência”.

“O presidente da Petrobras disse há poucos dias: ‘eu aumento o preço aqui e não tenho nada a ver com caminhoneiro’. Isso vai ter uma consequência, obviamente”, afirmou Bolsonaro, que chamou o reajuste de “excessivo” e “fora da curva”.

No caso do diesel, a suspensão de imposto federal valerá por dois meses. Do gás, será “ad eternum”, segundo o presidente.

A decisão foi tomada em reunião com o ministro Paulo Guedes, durante a tarde, e vem para “contrabalançar” os recentes aumentos anunciados pela Petrobras.

“Neste período, vamos estudar maneira definitiva de zerar este imposto [PIS/Cofins do diesel]”, explicou o presidente. “Isso vai contrabalançar este aumento excessivo da Petrobras, mas eu não posso interferir, nem iria interferir [na estatal]. Se bem que alguma coisa vai acontecer na Petrobras nos próximos dias, tem que mudar alguma coisa, vai acontecer”, complementou, sem entrar em detalhes.

O presidente afirmou que o reajuste anunciado hoje pela estatal, de 10% sobre gasolina e 15% no diesel segue os preços internacionais e não depende dele.

“A bronca vem sempre para cima de mim, só que a Petrobras tem autonomia. Petrobras tem garantia e autonomia para aumentar os combustíveis”, argumentou.

O presidente também defendeu que a solução definitiva sobre o preço dos combustíveis dependerá da análise do Conselho Nacional de Política Fazendária (Confaz) sobre o ICMS, que é cobrado pelos Estados. Um projeto enviado pelo Planalto ao Congresso prevê revisão do imposto.

“O Confaz vai decidir [sobre tributação de combustíveis nos Estados], acho que poderia dizer um valor máximo para o ICMS”, opinou. “Parece que quanto mais pobre é o Estado maior é o imposto de combustíveis”.

FONTE: VALOR PRO