Prefeitura participa de seminário comemorativo dos 100 anos da Semana de Arte Moderna de 1922

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Na cerimônia virtual por videoconferência abrindo o seminário das comemorações do Centenário da Semana de Arte Moderna de 1922, promovido pela PUC-SP, terça-feira (6/4), o presidente da Fundação Municipal de Cultura, Turismo e Eventos (Manauscult), Alonso Oliveira, palestrou sobre a vivência na Amazônia do grande escritor modernista idealizador do evento revolucionário das artes no Brasil, Mário de Andrade, quando da estada em Manaus, em junho de 1927.

Com o título da palestra “Na trilha de Mário de Andrade ou um diálogo antropofágico entre o mundo encantado da Amazônia e São Paulo”, Oliveira, abriu sua fala lendo o trecho do poema “Acalanto do Brasileiro”, onde descreve a dureza da profissão, o perigo e encantos da floresta. Ele descreveu as experiências de Mário pelas cidades, trilhas e cosmologia nativa que tanto o impressionaram e deram base a sua grande obra ´Macunaíma, o Herói sem Nenhum Caráter´.

Participaram também como palestrantes, na abertura, além do presidente da Manauscult, presidiu a mesa a reitora da PUC/SP, profa. Dra. Maria Amália Pie Abib Andery; diretora da Faculdade de Filosofia, Artes e Letras da PUC/SP, profa. Dra. Ângela Lessa Cavenaghi; prof. Dr. Marco Luchesi, presidente da Academia Brasileira de Letras; Alexandre Youssef, secretário de Cultura de São Paulo e a profa. Dra. Diana Navas, coordenadora do Programa de Pós-Graduação em Literatura e Crítica Literária da PUC/SP.

Oliveira, confirmou e convidou os realizadores da programação comemorativa a fechar o ciclo de debates na cidade de Manaus, no dia 29/4, com um dia de debates e apresentações artísticas.

Manaus em destaque

Na quarta-feira (7/4), mais três escritores de Manaus vão participar do evento; o escritor e presidente do Concultura, Tenório Telles, na mediação da mesa temática “O Pós-Modernismo de 22 na música brasileira”, que tem como palestrante o professor doutor Paulo Zuben (Santa Marcelina); o poeta Dori Carvalho recita o poema “Os Sapos”, do modernista Manuel Bandeira, e o poeta Zemaria Pinto apresentando poemas de Oswald de Andrade.

O evento pode ser acompanhado ao vivo, dia 7/4, as 8:30 pela página do you tube: https://www.youtube.com/watch?v=kub6TU4jDM0

A capital do Amazonas é destaque no programa de comemorações do centenário da Semana de Arte Moderna de 1922, realizada pela Pontifícia Universidade Católica (PUC/SP), como única cidade fora de São Paulo a participar do evento.

O prefeito de Manaus, David almeida, explica essa parceria pela relevância do evento para a educação e a promoção da cultura manauara e amazônica no meio acadêmico e cultural brasileiro. “A importância do universo amazônico ganhou projeção nas obras de Mário de Andrade, influenciando um forte movimento local literário e demais artes que reverberam até hoje”, justificou.

O prefeito anunciou que no próximo dia 29/4 Manaus vai sediar um dia de debates sobre o centenário da Semana de Arte Moderna, em retribuição ao intercâmbio com convidados de São Paulo e artistas e especialistas locais.

A cidade ganhou destaque no evento pela estada do poeta Mário de Andrade em Manaus no ano de 1927 e pela presença do universo amazônico na sua obra literária.

O evento depois de São Paulo terá um evento especial em Manaus, no final de abril, com a realização de um dia de programação com palestras, mesas temáticas e apresentações artísticas realizadas por escritores e intelectuais amazonenses. A programação local terá transmitissão on-line e será realizada pela prefeitura de Manaus por meio da Manauscult e Concultura.

A Semana de 1922

A Semana de Arte Moderna foi um evento que consolidou a ruptura com modelos e escolas culturais vigentes no país, provocando profundas repercussões na cultura. Para celebrar o centenário foi concebido o Seminário Brasil 1922: A Semana de Arte Moderna e seus Desdobramentos como um projeto concebido com o propósito de inaugurar as celebrações da Semana de Arte, antecipando as comemorações que culminarão em 2022, ano do centenário. O congresso quer rememorar esse importante acontecimento cultural e avaliar seu significado para a construção do Brasil contemporâneo.

A programação da semana em 1922, entre os dias 13 e 17, reuniu os artistas que se tornaram referências na arte brasileira, com destaque para Mário de Andrade, Oswald de Andrade, Manuel Bandeira, Villa Lobos, Guiomar Novaes (a pianista), Menotti Del Picchia, Graça Aranha, Ronald de Carvalho, entre outros, em todas as áreas das artes.