Prefeitura inicia estudo sobre reações adversas no tratamento antimalárico

Foto: Divulgação/Semsa

Para evitar atrasos e confusões com a saída, é bom ficar atento aos horários neste domingo, 10 de novembro, segundo dia de provas do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) 2019. Os portões abrem ao meio-dia (12h) e fecham às 13h, com início de prova às 13h30. O encerramento é meia hora antes do que na semana passada: o exame termina às 18h30.

A pontualidade é importante, pois o atraso impede o candidato que se preparou meses de fazer a prova. Não é o único ponto, no entanto, ao qual o participante deve ficar atento. Assim como no primeiro dia, é preciso levar documento original com foto e caneta esferográfica feita com material transparente e de tinta preta.

Antes de entrar na sala, cada participante receberá um envelope porta-objetos para guardar itens pessoais. É preciso guardá-lo embaixo da carteira, com aparelhos eletrônicos desligados. Confira se há algum alarme programado em celular ou relógio, pois qualquer som emitido — mesmo guardado e lacrado — leva à eliminação de forma automática.

Quem precisa comprovar presença no Enem deve imprimir e entregar ao aplicador a Declaração de Comparecimento, disponível na Página do Participante, na internet, ou pelo aplicativo “Enem”, disponível nas lojas virtuais de celular. É recomendável, mas não obrigatório, ter em mãos o Cartão de Confirmação da Inscrição, que contém informações como o local de prova, atendimento específico ou especializado deferido, entre outros dados.

Profissionais de saúde, da Prefeitura de Manaus, iniciaram em novembro mais uma etapa de execução do estudo “Fortalecimento da Farmacovigilância e Adesão Terapêutica ao Tratamento Antimalárico na Região das Américas”. Coordenado pela Organização Pan Americana de Saúde (Opas) e Ministério da Saúde, o projeto também está sendo aplicado em Porto Velho (RO), além de abranger cidades no Peru, Colômbia, Honduras e Equador, tendo como objetivo final a implantação de um sistema de farmacovigilância ativa das reações adversas dos medicamentos usados no tratamento da malária.

“O tratamento para malária pode ocasionar sintomas como urina escura, olhos amarelados, tontura, entre outros. Mas o Brasil, assim como outros países da América, não tem informações sistematizadas sobre as reações adversas. Com a conclusão do estudo, a intenção é ter dados mais concretos para a implantação de um sistema de farmacovigilância, melhorando os serviços de saúde no atendimento à população”, informa o secretário municipal de Saúde, Marcelo Magaldi.

Nessa etapa do projeto, os profissionais da Secretaria Municipal de Saúde (Semsa) – participantes do projeto – estão realizando a abordagem às pessoas no início de tratamento para malária nas Unidades de Saúde, obtendo o consentimento para participação no estudo.

Com o registro do consentimento, o paciente recebe o medicamento recomendado em um envelope, marcando o remédio que deve ser tomado todos os dias. O envelope também indica os sintomas de alerta para reações adversas durante os dias de tratamento, apresentando um número de telefone por meio do qual o paciente pode entrar em contato com profissionais responsáveis pelo estudo e receber orientações. Após terminar o uso do medicamento, o participante ainda recebe uma ligação telefônica para responder um questionário, com 20 perguntas, quando informa sobre os sintomas ruins durante o tratamento.

O trabalho operacional para a adesão ao estudo está sendo realizado por meio dos Distritos de Saúde (Disas) Norte, Sul, Leste, Oeste e Rural.

O chefe Setor de Controle de Endemias do Disa Oeste, Rubens dos Santos Souza, esclarece que a abordagem para participação no projeto ocorre durante o trabalho de busca passiva, que é quando a pessoa procura atendimento nas Unidades de Saúde, e na busca ativa, quando as equipes de endemias visitam as localidades com registro de transmissão da malária para identificar pacientes com suspeita da doença.

“A população tem mostrado interesse aderindo ao projeto, principalmente porque é uma alternativa para que possa tirar dúvidas, receber mais informações sobre a doença. A partir da adesão, os Distritos de Saúde consolidam os dados, que são inseridos no Sistema Nacional de Informação de Vigilância Epidemiológica de Notificação da Casos – SIVEP Malária. A equipe da Opas então passa a ser responsável por entrar em contato com o paciente e acompanhar por meio da aplicação de questionário”, explica Rubens.

Casos

Entre janeiro e 5 de novembro deste ano, o município de Manaus registrou 5.392 casos de malária, com 28,3% de redução em relação ao mesmo período de 2018, quando houve o registro de 7.524 casos. A redução tem ocorrido em todas as zonas da cidade, na área urbana (Norte, Sul, Leste e Oeste) e na área rural (terrestre e fluvial), com destaque para a zona rural, que apresentou uma redução de 38,14% dos casos.

De acordo com o chefe do Núcleo de Controle da Malária na Semsa, João Altecir Nepomuceno da Silva, no ano passado, em comparação com 2017, Manaus também apresentou uma redução da doença. “O ano de 2018 foi encerrado com redução de 21% no registro de casos. E a redução de 28,3% para os primeiros 10 meses de 2019 é importante, mas a expectativa real, considerando a avaliação atual dos condicionantes ambientais no município, é fechar este ano com uma redução de 15%, que é a meta pactuada com o Ministério da Saúde”, afirma João Altecir.

Ele alerta ainda que a principal preocupação atualmente é com o registro de casos na zona Leste, que teve redução de 20% no primeiro semestre, mas registrou um aumento significativo na região da estrada do Brasileirinho, ramal do Ipiranga e as invasões nas áreas do bairros Santa Inês e Jorge Teixeira.

A zona Leste mantém este ano a redução de casos, com 3,7% a menos do que no ano passado, passando a concentrar 44,4% do total de casos em Manaus.

“A avaliação é que o aumento de casos na zona Leste ocorreu por causa de ocupações desordenadas do território, com novas invasões. Essas invasões surgem na periferia da cidade, em áreas de floresta com rico manancial de água limpa, que é o habitat natural do mosquito transmissor da doença”, lembra João Altecir.

O vetor de transmissão da malária é a fêmea do mosquito Anopheles, infectada por protozoários do gênero plasmodium. O protozoário é transmitido ao homem pelo sangue, geralmente por meio da picada do mosquito infectado.

“Normalmente, antes das invasões, as áreas apresentam baixa infestação de malária, já que o número de pessoas é pequeno, ou seja, há pouca oferta de sangue. Mas, no momento em que a população entra e desmata, traz a oferta de sangue, a infestação aumenta de forma descontrolada, ocasionando a epidemia. A Semsa tem feito a intervenção nessas áreas da forma mais imediata possível e com isso o controle da doença vem sendo mantido no município, mas o alerta nos serviços de saúde é permanente”, garante.

Estratégias

O controle da malária em Manaus é feito a partir de várias estratégias, de acordo com a realidade epidemiológica de cada zona da cidade, com busca ativa de pacientes com sintomas suspeitos da doença, diagnóstico precoce e tratamento oportuno, reduzindo o risco de transmissão. Também é feito o controle vetorial, que é o combate à proliferação do mosquito com a utilização de produtos como o biolarvicida.

As ações são executadas com o apoio de agentes de endemias, treinados para reconhecer os sinais e sintomas, e que ainda realizam visita de casa em casa fazendo a coleta de material para exames, com a entrega de medicamentos e supervisão do tratamento quando necessário.