Polícia Militar de SP vai continuar a usar munição do tipo bean bag

Essa munição tem sido adotada de forma gradativa para substituir futuramente as balas de borracha em distúrbios urbanos.

A Polícia Militar de São Paulo vai continuar usando a munição do tipo bean bag para ações na rua, como o tumulto que resultou na morte do torcedor Rafael Garcia, na área externa do estádio do Morumbi, no último domingo. E os policiais que usaram a munição também não serão afastados – pelo menos até a conclusão da investigação. A informação é da porta-voz da PM paulista, coronel Daniela Pollete.

A munição do tipo bean bag, que em inglês significa saco de feijão, é constituída de pequenas esferas de metal envolvidas por um pequeno saco de tecido sintético, que fica dentro da cápsula. O tiro é disparado por espingarda calibre 12, a uma distância mínima recomendável de 6 metros.

Esse tipo de projétil vem sendo usado pela PM paulista desde 2021, em substituição às balas de borracha, que precisam de 20 metros de distância para não causar um dano maior a quem for atingido. E que, segundo a corporação, apresentavam defeitos, como desvio na trajetória, causando mais riscos as pessoas.

A Polícia Civil segue investigando para descobrir de onde partiu o tiro, e quem teria atirado, se um policial militar ou outra pessoa. Segundo a delegada da Polícia Civil Ivalda Aleixo, diretora do Departamento Estadual de Homicídios e Proteção à Pessoa, já foi confirmado que o projétil encontrado preso à cabeça de Rafael é do tipo bean bag. E a perícia encontrou mais munições desse tipo na área do tumulto, comenta a delegada.

A polícia segue analisando imagens de vídeos e câmeras de segurança para tentar identificar quem atirou na cabeça do são-paulino. Rafael Garcia tinha 32 anos, e era deficiente auditivo.