Polícia Federal destrói duas dragas de garimpo ilegal próximo a ponte Rio Negro

Na tarde desta quinta-feira (05/10), uma ação conjunta da Polícia Federal (PF) e do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) resultou na incineração de duas balsas equipadas para atividades de garimpo ilegal nas proximidades da ponte Jornalista Phelipe Daou, também conhecida por Ponte Rio Negro, em Manaus. O superintendente da PF no Amazonas, Umberto Ramos, confirmou a operação, enfatizando a determinação em proteger o meio ambiente.

“Vamos agir em várias frentes, para proteção do meio ambiente. Daremos ênfase nos crimes ambientais na Região Metropolitana, que estão afetando a água que tomamos, nosso alimento e o ar que respiramos”, destacou o superintendente Ramos.

A densa fumaça proveniente do incêndio das balsas era visível em grande parte de Manaus durante a tarde, marcando um passo significativo na luta contra a exploração ambiental desenfreada. As balsas, provenientes do rio Madeira na região Sul do Estado, conseguiram atravessar o rio Negro em busca de um esconderijo nas imediações da ponte. No entanto, as forças da PF e do Ibama agiram com celeridade, executando a operação que tem sido implementada nos últimos meses: a incineração das embarcações e de seus equipamentos utilizados para a garimpagem ilegal.

Os garimpeiros de ouro estabeleceram verdadeiras comunidades flutuantes em balsas, explorando rios cruciais da Amazônia. O rio Madeira, próximo a Porto Velho, foi um dos principais alvos dessa atividade criminosa, sendo dragado impiedosamente por meses até que a fiscalização interveio. Um cenário semelhante se repetiu no rio Juruá, onde a garimpagem ainda persiste.

As balsas chegaram a abrir uma nova frente próximo ao Ramal do Rosarinho, entre os municípios de Autazes e Nova Olinda. Mais uma vez, a PF e o Ibama responderam prontamente, promovendo a destruição de dezenas de equipamentos.

Apesar das queixas dos garimpeiros sobre a perda de empregos, as investigações apontam que eles não são os principais beneficiários dessa extração ilegal de ouro. Uma complexa rede, inclusive com tentáculos no exterior, está lucrando com esse processo de degradação ambiental.

Nesse contexto, um supermercado e um proeminente empresário do Amazonas estão sob suspeita de participar da lavagem do dinheiro proveniente de toda essa operação. As investigações estão em andamento e as autoridades estão firmemente empenhadas em identificar e punir todos os envolvidos nesse esquema prejudicial ao meio ambiente e à sociedade.