Plano de paz de Lula é rejeitado pela Ucrânia

O presidente brasileiro havia sugerido que a Ucrânia cedesse a península da Crimeia à Rússia para acabar com a guerra. FOTO: Ricardo Stuckert/PR

A Ucrânia decidiu rejeitar uma sugestão feita pelo presidente brasileiro Luiz Inácio Lula da Silva (PT) ao anunciar nesta sexta-feira (7) que não vai desistir da Crimeia, uma península ucraniana anexada por Moscou ao território russo em 2014, em troca do fim da guerra.

“Não há razão legal, política ou moral que justifique o abandono de sequer um centímetro do território ucraniano”, escreveu o porta-voz da diplomacia ucraniana, Oleg Nikolenko. No entanto, ele garantiu apreciar “os esforços do presidente brasileiro para encontrar uma forma de deter a agressão russa”.

“Qualquer esforço de mediação para restaurar a paz na Ucrânia deve ser baseado no respeito pela soberania e plena integridade territorial da Ucrânia, de acordo com os princípios da Carta das Nações Unidas”, disse Nikolenko.

Nesta semana, Lula havia sugerido a Kiev que cedesse a península da Crimeia à Rússia para tentar dar um fim a guerra entre os dois países, que já dura mais de um ano. O mandatário brasileiro afirmou ainda que o presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, “não poderia querer tudo”.

A proposta do chefe de estado do Brasil foi formulada, ainda que com contornos vagos, para a mediação de um grupo de países no conflito na Ucrânia. O projeto deve ser apresentado pelo governante brasileiro ao presidente chinês, Xi Jinping, em Pequim na próxima semana, onde ele deve fazer diversas reniões bilaterias.

Lula afirmou estar “confiante” nas chances de sucesso desse projeto e disse esperar que o grupo de países “seja criado” quando ele voltar da China.

Nos últimos meses, a Rússia afirmou repetidamente que não esta aberta a negociações que, segundo eles são impossíveis no atual contexto, e prometeu continuar sua operação militar na Ucrânia.

Sergei Lavrov, ministro das Relações Exteriores da Rússia, disse que as negociações de paz na Ucrânia só seriam possíveis caso acoentecesse uma “nova ordem mundial” sem o domínio americano.

*com informações de agências internacionais