“Piratas dos rios” atacam e degolam pescador em Novo Airão

Elias Araújo não teve a mesma sorte do amigo e terminou degolado pelos criminosos. (Foto: Arquivo pessoal)

Uma dupla de pescadores foi atacada por piratas ou barrigas d’água, na região do rio Apuaú, no Município de Novo Airão (AM). A área é uma das mais frequentadas nesse período, que é o auge da pesca esportiva. Roberto José conseguiu escapar, pulando no rio, mas ainda viu Elias Araújo, o parceiro, gritando por socorro, antes de ser degolado pelos criminosos.

Roberto nadou, para se afastar dos piratas, e ficou escondido no mato. Foi encontrado nas margens do Apuaú. Ele sofreu diversos ferimentos e está internado, em estado grave, no hospital de Novo Airão. Deve ser transferido para Manaus ainda hoje.

O corpo de Elias Araújo foi encontrado no fim do dia deste domingo e levado para Novo Airão, sem a cabeça. O crime mexeu com a vida pacata da cidade. Nunca antes havia ocorrido algo semelhante na região. A polícia também suspeita que a dupla tenha sido vítima de traficantes, que estão montando bases de armazenamento na região.

Aventura

Os dois saíram de Novo Airão na sexta-feira (15/10), por volta das 5h, para voltar às 13h. Como não retornaram, a família empreendeu buscas, envolvendo amigos e até o Corpo de Bombeiros. Foi quando pescadores encontraram Roberto.

Roberto José foi encontrado com vários ferimentos pelo corpo. (Foto: Arquivo pessoal)

As seis canoas que faziam buscas já haviam retornado para a cidade, quando Roberto apareceu, com suspeita de fraturas nas costelas. Com a indicação do local e a informação de que ele viu o companheiro sendo degolado, os engajados na busca conseguiram chegar ao corpo de Elias.

O rio Apuaú fica no meio do caminho entre Manaus e Novo Airão. É um dos mais procurados do rio Negro para a pesca esportiva do tucunaré, na época da vazante. A pesca predatória, com iscas artificiais, malhadeiras e um número muito grande de canoas, tem diminuído a quantidade e o tamanho dos peixes.

O Apuaú, por permitir a navegação em grande parte, é um dos mais frequentados por iates de luxo. No auge do período da pesca, ano passado, foram contadas mais de 20 dessas embarcações ancoradas, cada uma levando pelo menos cinco duplas de pescadores esportivos.

A cheia recorde do rio Negro fez com que o auge desse tipo de pesca, que ganha cada vez mais adeptos, fosse retardado. A maioria dos rios ainda não atingiu o nível ideal para capturar o tucunaré – quando os igapós ficam fora d’água e o peixe perde os esconderijos. E já há previsão do reinício da enchente, após a primeira quinzena de novembro. As informações são do Portal do Marcos Santos.