PF prende ex-ajudante de Bolsonaro por fraude em vacinação

Ajudante de ordens do ex-presidente está preso e promete fazer delação premiada.

Na manhã desta quarta-feira (03/5), o ex-ajudante de ordens do ex-presidente Jair Bolsonaro, tenente-coronel Mauro Cid Barbosa, foi preso durante uma operação da Polícia Federal que investiga um grupo suspeito de inserir dados falsos de vacinação contra a Covid-19 nos sistemas do Ministério da Saúde. A operação, chamada de Venire, cumpriu mandados de busca e apreensão e prisões preventivas em Brasília e no Rio de Janeiro. O ex-presidente Bolsonaro não foi alvo de mandado de prisão, mas deve prestar depoimento. A fraude nos certificados de vacinação envolveu, entre outros, Bolsonaro, sua filha Laura Bolsonaro e o próprio ex-ajudante de ordens.

A investigação revelou que certificados de vacinação foram forjados para diversas pessoas, incluindo o ex-presidente Jair Bolsonaro, sua filha de 12 anos e o ex-ajudante de ordens Mauro Cid Barbosa, sua esposa e filha. Os celulares do casal Bolsonaro foram apreendidos durante a operação. A Polícia Federal deflagrou a Operação Venire para apurar a atuação de uma associação criminosa que inseriu dados falsos nos sistemas do Ministério da Saúde entre novembro de 2021 e dezembro de 2022. Essas inserções falsas permitiram que as pessoas emitissem certificados de vacinação falsos e burlassem as restrições sanitárias relacionadas à pandemia de Covid-19.

A ação do grupo tinha como objetivo sustentar um discurso contrário à vacinação contra a Covid-19, mantendo a coesão ideológica. A operação ocorreu no âmbito de um inquérito que investiga as chamadas “milícias digitais”, em trâmite no Supremo Tribunal Federal. Os crimes investigados incluem infração de medida sanitária preventiva, associação criminosa, inserção de dados falsos em sistemas de informação e corrupção de menores. O nome da operação, Venire, deriva do princípio legal que proíbe comportamentos contraditórios de uma pessoa.