MANAUS, AM — Na manhã desta segunda-feira (24), a Polícia Federal (PF) e o Conselho Nacional de Justiça (CNJ) deflagraram uma operação inédita que colocou sob os holofotes supostas irregularidades envolvendo altos magistrados do Amazonas. Mandados de busca e apreensão foram cumpridos nos gabinetes do desembargador Elci Simões, na sede do Tribunal de Justiça do Amazonas (TJAM), em Manaus, e do juiz Jean Pimentel, em Presidente Figueiredo.
Os dois magistrados, afastados na última sexta-feira (21) pelo CNJ, são investigados por supostamente autorizar documentos que permitiram a retirada ilegal de quase R$ 150 milhões da Eletrobras. A ação coordenada pela superintendência do Distrito Federal contou com apoio local no Amazonas e mobilizou agentes à paisana para vasculhar os espaços interditados desde o afastamento dos envolvidos.
Por volta das 8h (horário local), equipes chegaram ao TJAM e permaneceram no local até o fim da manhã, enquanto outra equipe seguiu para o gabinete do juiz Jean Pimentel. Documentos e equipamentos eletrônicos foram apreendidos e serão submetidos à perícia em Brasília. Os gabinetes estão lacrados desde a decisão do CNJ, com faixas na porta do desembargador Elci reforçando a proibição de acesso.
A operação marca um capítulo decisivo nas investigações sobre as suspeitas que abalam o Judiciário estadual e levanta questões sobre a integridade de figuras-chave na gestão de recursos públicos no Brasil.
