
EUA — No último dia 7 de fevereiro, o sol escaldante do fim de tarde ainda castigava a arena do Conley Invitational quando Zachary Naegele, 24 anos, subiu no dorso do touro que quase lhe custaria a vida. Em segundos, o animal se desequilibrou, projetando o peão contra o solo. Antes que a plateia pudesse reagir, um chifre afiado atingiu o pescoço do jovem, perfurando a artéria carótida. Sangue jorrava em jatos curtos, manchando a terra vermelha do rodeio. “Senti o líquido quente escorrendo. Foi quando entendi: ou corria ou morria ali”, contou Zachary, que, mesmo em choque, arrastou-se para a lateral do palco, pressionando a ferida com as próprias mãos.
O relógio marcava 18h23 quando as equipes de resgate chegaram ao local. Nascido em Amity, na Louisiana, Zachary havia percorrido 11 horas de viagem para competir, mas, naquele momento, a prioridade era mantê-lo consciente. Na ambulância, médicos iniciaram transfusões de sangue enquanto tentavam conter o sangramento. “O chifre rasgou a carótida como uma faca. Foi um milagre ele chegar vivo ao hospital”, afirmou o cirurgião responsável pelo caso, em entrevista coletiva. Após três horas de intervenção no Manatee Memorial Hospital, em Bradenton, o peão recebeu alta três dias depois, com um tubo de drenagem no pescoço — removido nesta terça-feira (19). “Os exames são positivos. Agora, é reconstruir”, escreveu ele no Facebook, ao lado de uma foto do curativo.
Apesar das cicatrizes físicas e emocionais, Zachary não esconde a ambição: “Voltarei a montar em touros. É o que sei fazer”. O plano é se mudar para Oklahoma, epicentro do rodeio profissional nos EUA, assim que concluir a fisioterapia. Enquanto isso, vídeos do acidente viralizam nas redes, dividindo opiniões entre admiradores de sua coragem e críticos que apontam os riscos da atividade. Para o peão, porém, o episódio foi uma lição: “Deus me deu uma segunda chance, mas não para fugir. Para provar que ainda sou capaz”. Sua próxima competição, garante, será marcada não pelo trauma, mas pela redenção.


