Para deputada Waiãpi, Marina Silva trabalha contra o desenvolvimento do norte do Brasil

Deputada criticou a eleição de “uma filha do Acre” pelo estado de São Paulo.

A deputada Silvia Waiãpi (PL-AP) falou ao Diário do Poder sobre o que considera ser uma incoerência da ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, ao fortalecer a atuação de ONGS na Amazônia. Perguntada a respeito da motivação para a mira da CPI que investiga o tema no Senado estar apontada para Marina, a deputada cravou: “Ela vive em cenários de desenvolvimento econômico, mas trabalha para manter o norte na miséria”.

E completou: “Há uma interrogação sobre as atitudes de qualquer pessoa pública. Eu atuo para que o povo do norte brasileiro seja dono do seu destino e não tenha que ser responsabilizado a pagar uma dívida alta para manter a estabilidade de interesses internacionais”.

Para a deputada, esses interesses dialogam com a atuação da ministra, que selecionou o Instinto Socioambiental (ISA), investigado pela CPI das ONGS por participação na indústria de laudos de demarcações de terras indígenas, para projeto de recuperação ambiental na Amazônia, Cerrado e Mata Atlântica.

Para Silvia, a seleção do instituto reflete o afastamento de Marina das origens políticas. “Eu posso observar as próprias atitudes dela [Marina Silva]. Ela é uma mulher do norte, uma filha do Acre. Pelo menos, assim era. Mas preferiu atuar e viver em um estado altamente desenvolvido como São Paulo, no qual ela foi eleita deputada federal”.

Na próxima terça-feira (21), a ministra do Meio Ambiente estará na CPI das ONGs para esclarecer o que o presidente do colegiado, senador Plínio Valério (PSDB-AM), chama de “promiscuidade” nas relações entre Marina e as ONGS que atuam no Amazonas.

“Há muita promiscuidade nessa relação. Integrantes do governo saem de ONGs e vão para o governo, ao mesmo tempo que é feito o caminho inverso. Hoje, quem manda na Amazônia são as ONGs, bancadas por dinheiro externo, às quais a ministra Marina Silva presta contas. Ela tem muito a esclarecer à CPI”, afirmou o presidente da Comissão, Plínio Valério.