RIO — Seis pacientes no estado do Rio de Janeiro contraíram HIV após receberem órgãos contaminados durante transplantes, conforme confirmou a Secretaria Estadual de Saúde (SES-RJ). Os exames falhos foram realizados pelo laboratório privado PCS Lab Saleme, que havia sido contratado para testar a sorologia dos órgãos doados.
O caso, inédito no sistema de saúde do estado, está sendo investigado pela SES-RJ, Ministério da Saúde, Ministério Público, Polícia Civil e o Conselho Regional de Medicina. O laboratório responsável, localizado em Nova Iguaçu, foi interditado pela Anvisa após indícios de que não possuía kits adequados para os exames, levantando suspeitas de que os testes tenham sido forjados.
Os primeiros sinais de contaminação surgiram em setembro de 2024, quando um paciente que havia recebido um transplante de coração em janeiro testou positivo para HIV após apresentar sintomas neurológicos. A SES-RJ fez contraprovas e confirmou que os órgãos doados estavam contaminados com o vírus. Outros pacientes que receberam rins e fígado dos mesmos doadores também testaram positivo para HIV.
Em resposta ao ocorrido, a SES-RJ suspendeu o contrato com o laboratório e iniciou uma reavaliação de todas as amostras de sangue dos doadores analisadas desde dezembro de 2023. Uma comissão foi formada para dar suporte aos pacientes afetados, e uma sindicância foi aberta para apurar os responsáveis pela falha grave.
O episódio gerou grande preocupação nas autoridades de saúde, que classificaram o caso como “inadmissível” e garantiram que novas medidas foram tomadas para evitar a repetição de incidentes semelhantes.