Na noite de quarta-feira (29), uma operação policial no Beco Arthur Virgílio, na Vila da Prata, zona oeste de Manaus, resultou na morte de João Paulo Maciel, de 19 anos, e desencadeou uma intensa manifestação na manhã seguinte. Segundo a polícia, a equipe foi recebida a tiros ao investigar denúncias de tráfico de drogas no local. Os agentes afirmam que o jovem estava armado sob o assoalho de uma residência e atirou contra a patrulha, sendo atingido seis vezes. Ele foi socorrido, mas não resistiu aos ferimentos no Pronto-Socorro Joventina Dias.
A versão oficial, no entanto, é contestada por moradores e familiares. Um vídeo que circula nas redes sociais mostra o momento da abordagem e alimenta dúvidas sobre as circunstâncias da morte.
Nesta quinta-feira (30), a tensão explodiu em protesto: manifestantes bloquearam a Avenida Brasil com barricadas e atearam fogo em pneus e lixo. Diante da escalada, a segurança pública mobilizou helicóptero, equipes da Rocam, Força Tática, Cicom e COE. Tiros de advertência e gás de efeito moral foram usados para dispersar a multidão, enquanto o Corpo de Bombeiros controlou os focos de incêndio.
Além do corpo do jovem, a operação resultou na apreensão de armas, munições, drogas e dinheiro — mas a comoção na comunidade revela um clima de desconfiança e indignação que vai além dos fatos relatados pela corporação.
