Operação da PF prende mandantes do assassinato de Marielle Franco

Chiquinho Brazão, Rivaldo Barbosa e Domingos Brazão: presos pela PF em operação do caso Marielle.

RIO — Em uma operação histórica, a Polícia Federal (PF) prendeu na manhã deste domingo (24) os três principais suspeitos de serem os mandantes do assassinato da vereadora Marielle Franco e do motorista Anderson Gomes, crime que chocou o país em março de 2018.

Os presos são:

  • Domingos Brazão, atual conselheiro do Tribunal de Contas do Estado (TCE-RJ);
  • Chiquinho Brazão, deputado federal pelo União Brasil (RJ);
  • Rivaldo Barbosa, ex-chefe da Polícia Civil do Rio de Janeiro.

A operação, batizada de “Murder”, em referência à associação mafiosa americana que atuava nos anos 1930, foi autorizada pelo ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF).

Investigação aponta execução por motivação política

Segundo a PF, os três homens são os “autores intelectuais” do crime, que teria sido motivado pelo trabalho político de Marielle Franco, em defesa dos direitos humanos e das minorias. A investigação concluiu que o caso se tratou de uma execução, com o objetivo de silenciar a vereadora.

Delator revela nomes dos mandantes

Os nomes dos mandantes foram revelados pelo ex-policial Ronnie Lessa, em delação premiada homologada pela Justiça. Lessa, condenado a 15 anos de prisão pelo assassinato de Marielle e Anderson, confessou ter participado do crime e apontou Domingos Brazão como o mentor intelectual.

Prisões e buscas em andamento

As prisões foram realizadas neste domingo no Rio de Janeiro. A PF também cumpre 12 mandados de busca e apreensão na sede da Polícia Civil do Rio e no Tribunal de Contas do Estado.

Defesa dos suspeitos nega envolvimento

Os advogados dos suspeitos negaram o envolvimento dos seus clientes no crime. O advogado de Domingos Brazão, Ubiratan Guedes, afirmou que “ele não conhecia a Marielle, não tinha nenhuma ligação com ela” e que “a defesa provará sua inocência”.

O advogado do Sindicato da Polícia Civil (Sindpol) e da Associação da Polícia Civil do RJ (Adepol), Alexandre Dumans, disse que as associações acompanharão o caso do ex-chefe da Polícia Civil, Rivaldo Barbosa, mas que ainda não conseguiram entrar em contato com ele.