Novo incêndio atinge porto de Beirute um mês após explosão que devastou capital

O fogo provocou densas colunas de fumaça negra no céu da capital. ─ Foto: Hussein Malla/AP

Um armazém do porto de Beirute foi atingido nesta quinta-feira (10) por um incêndio de grandes proporções. No dia 4 de agosto, o mesmo porto foi destruído por uma explosão após um incêndio em um depósito que armazenava nitrato de amônio. Pelo menos 190 morreram e mais de 6.500 ficaram feridas.

O incêndio desta quinta-feira ocorreu em um armazém de estocagem de óleo para motor e pneus de veículos, segundo o Exército libanês. O fogo provocou densas colunas de fumaça negra no ceú da capital.

“Talvez tenha sido por causa do calor, talvez tenha sido um erro. Ainda é muito cedo para saber”, explicou o diretor interino do porto, Bassem al-Kaissi, em entrevista à TV local. De acordo com ele, o fogo “começou nos tambores de óleo, antes de se espalhar para os pneus”.

Nas redes sociais, diversos vídeos mostraram uma gigantesca bola de fogo e uma densa fumaça preta.

Na manhã desta quinta-feira, equipes da Defesa Civil e do Exército combatiam o fogo no local com a ajuda de helicópteros. O acesso ao porto foi temporariamente fechado por conta do incêndio.

De acordo com a Cruz Vermelha do Líbano, ao menos uma pessoa teve de receber atendimento médico por sufocamento.

Pouco mais de um mês após explosão

O novo incêndio provocou medo e angústia na população traumatizada pela tragédia do dia 4 de agosto, quando uma grande parte do porto de Beirute foi destruído por uma forte explosão provocada por um incêndio, além de devastar bairros importantes da capital.

“Nós não podemos gerenciar um novo trauma”, publicou no Twitter uma internauta usando a hashtag #portbeyrouth. “Fogo gigantesco no porto, provocando pânico em toda Beirute. Nós não temos uma pausa “, lamentou a pesquisadora da organização Human Rights, Watch Aya Majzoub.

Uma investigação sobre as causas da explosão foi aberta no dia 4 de agosto, e, até agora, não há responsáveis pela tragédia. “Onde nós vivemos? É o mesmo local de um crime que aconteceu há um mês. Onde está a justiça? Onde está o estado?”, criticou o defensor de direitos humanos Omar Nachaba.

FONTE: AFP