Norte e Nordeste foram as regiões mais afetadas pelo apagão

Segundo o Operador Nacional do Sistema (ONS), a energia está sendo reestabelecida aos poucos em todo o país

Um apagão nacional deixou várias cidades do país sem energia na manhã desta terça-feira (15). Com exceção de Roraima, outras 26 unidades federativas, das cinco Regiões do Brasil, ficaram no ‘escuro’. Roraima é o único estado brasileiro fora do Sistema Interligado Nacional (SIN) e tem a energia fornecida por termelétricas locais operadas pela empresa Roraima Energia.

O Operador Nacional do Sistema (ONS), órgão responsável pela coordenação e controle da energia elétrica no SIN, e o Ministério de Minas Energia disseram que houve uma falha às 8h31. Essa “ocorrência” provocou uma “separação elétrica” no sistema interligado. Na prática, é como se as regiões Norte e Nordeste do país tivessem se desconectado das regiões Sul e Sudeste. Para evitar que o problema se espalhasse pelas outras regiões, houve uma “ação controlada” – corte proposital.

Em nota, o ONS confirmou que uma ocorrência na rede de operação do Sistema Interligado Nacional interrompeu 16 mil MW de carga em estados do Norte e Nordeste do Brasil. Estados do Sudeste também foram afetados”. As causas da ocorrência ainda estão sendo apuradas.

“A interrupção ocorreu devido a abertura, às 8h31, da interligação Norte/Sudeste. Houve pelo menos 16 mil MW de interrupção de energia. As causas da ocorrência ainda estão sendo apuradas. A interrupção no Sul e no Sudeste foi uma ação controlada para evitar a propagação da ocorrência. A recomposição já foi iniciada em todas as regiões e até às 9h16, 6 mil MW já foram recompostos”, destacou a ONS, em nota

O Centro Nacional de Monitoramentos e Alertas de Desastres Naturais também apontou que a causa do apagão deve ser operacional, uma vez que não há alertas sobre seca, nível crítico dos reservatórios de água ou relacionado a qualquer evento natural.

Às 10h30, segundo o Ministério de Minas e Energia informou ao G1, o fornecimento de energia já tinha sido normalizado nas regiões Sul, Sudeste e Centro-Oeste; 27% da carga tinha sido recomposta na região Norte; 68% tinha sido recomposto no Nordeste.

Ministério acompanha o caso

Também em nota, o Ministério de Minas e Energia reafirmou as informações do ONS e declarou que o ministro Alexandre Silveira determinou a criação de uma “sala de situação” para monitorar o caso.

Silveira está em Assunção, no Paraguai, onde acompanha o presidente Luiz Inácio Lula da Silva na posse do novo presidente daquele país, Santiago Peña. Brasil e Paraguai compartilham a gestão da usina hidrelétrica de Itaipu, na fronteira.

Rio de Janeiro

De acordo com a Light, concessionária responsável pelo fornecimento de energia elétrica para 31 municípios do Rio de Janeiro, a situação foi normalizada no estado às 9h34. A Enel afirmou que, nas áreas atendidas pela empresa, a situação foi normalizada às 8h48.

As concessionárias afirmaram que a interrupção foi causada devido à atuação do Esquema Regional de Alívio de Carga (ERAC), de responsabilidade do ONS. A interrupção atingiu trechos de bairros das zonas Norte e Oeste do Rio de Janeiro e municípios da Baixada Fluminense.

Na capital, o Centro de Operações Rio (COR) afirmou que recebeu relatos de falta de energia em sinais em alguns bairros, como o Méier e o Lins. Os fiscais ainda verificam possíveis ocorrências de falha em semáforos.

Metrôs parados

Os metrôs de Belo Horizonte, Salvador e São Paulo foram impactados. O apagão afetou a operação em diversas linhas de São Paulo, entre elas, a que passa pela Estação Vila Sônia, onde as plataformas ficaram superlotadas. Na capital baiana, os passageiros tiveram de deixar os vagões e caminhar pelos trilhos.