Suportar um calor de mais de 40 graus sem água, fazer alimentação, lavar as louças e roupas de crianças, adultos e idosos. Esses são os problemas e transtornos causados pela falta de abastecimento de água em diversas ruas da Comunidade rural da Bela Vista, no município de Manacapuru.
A denúncia foi feita por um grupo de moradores nesta quarta-feira (20/8), que se organizou na “rua de cima” parte mais alta da comunidade para exigir providências do poder público municipal. Dona Elane Silva, técnica em segurança, falou que a falta de água é o problema do momento, mas que há reclamação da falta de ambulância prometida pelo atual gestor.
“O problema aqui é ter água, que jamais chega com a quantidade necessária para que lavemos as mãos com a frequência exigida pela crise sanitária, muito menos para lavarmos as roupas tão logo entremos em casa. A falta de médicos, ambulância e de medicamentos também são problemas que estamos convivendo”, afirmou.
“Como é que a gente faz sem água num verão escaldante? É muito complicado porque, na hora de cobrar, a conta chega aos moradores da comunidade rural Bela Vista. Nós que moramos da “rua de cima” estamos sem abastecimento de água há mais de cinco dias em pleno verão”, afirmou a moradora. Os relatos indicam que o abastecimento precário se intensificou na sexta-feira (15).
Em vídeo, moradores dizem que conseguem água por meio da ajuda de vizinhos naquela comunidade rural de Manacapuru. Dona Maria Oliveira da Silva, 60 anos, disse que tem “se virado” com água cedida pelos vizinhos e parentes. “Fiz uma cisterna aqui na frente de casa, mas não foi suficiente para conseguir água para fazer as “coisas” aqui em casa. Nos últimos dias estou saindo lá para a casa da mamãe”, relatou a moradora.
Para a agricultora, Nilce Monteiro (42 anos) somam-se ao problema da falta de água, a falta de iluminação, falta de ambulância, médicos e funcionários no Posto de Saúde (UBS). O prefeito inaugurou uma UBS, mas não tem médicos e nem funcionários para atender a demanda de serviços de saúde dos moradores. “Nesta semana, tivermos que levar um parente do meu marido para o Hospital lá cidade porque não teve ambulância que o atual prefeito prometeu pra nós. Médicos, só tem as vezes”, afirmou.
Quem também cobrou uma resposta da gestão municipal foi o agricultor Roberto Junior Souza dos Santos (36 anos) “o Buiú. “As famílias alertaram sobre falta de abastecimento há dias e dizem depender dos vizinhos e parentes para fazerem os serviços domésticos e de higienização das pessoas da comunidade. “Como a demanda é grande, a água acaba rapidamente e algumas famílias das ruas aqui de cima não tem água”, afirmou Buiú.
Em nota, a SAAE informou que construiu dois poços artesianos que atendem uma parte da população que moram na parte de baixo da comunidade, mas as que moram nas ruas mais altas tem dificuldades ter os serviços de fornecimentos de água.
Quem também enfrenta problemas parecidos são os moradores do bairro Lago Azul que fizeram vídeos e denunciando o problema no facebook. A imagem veiculada foi de torneiras sem o líquido precioso e a resposta do SAAE é sempre a mesma: “Estamos tentando resolver o problema.”
Higienização é prioridade no combate a Covid-19
Em tempos de coronavírus, mais importante que higienizar as mãos com álcool em gel é lavá-las com água e sabão diversas vezes ao dia. Esta é uma das mais principais recomendações da Organização Mundial da Saúde (OMS) e do Ministério da Saúde para que a população consiga combater a pandemia em todo o mundo. Mas a realidade nas comunidades rurais e bairros de Manacapuru está muito distante do ideal para evitar a Covid-19.