Netflix vai acabar com compartilhamento de senhas em breve, diz site

Fontes do jornal americano Wall Street Journal informam que a medida será implementada em 2023, após anos de adiamento. Plataforma ainda não confirmou oficialmente a mudança.

A Netflix pode dar fim ao livre compartilhamento de senhas na plataforma a partir de 2023. É o que informa o The Wall Street Journal (WSJ), com base em fontes internas ouvidas pelo jornal. A medida já havia sido anunciada em outubro deste ano e visa a combater uma prática que, segundo dados do serviço de streaming, é realizada por mais de 100 milhões de espectadores da Netflix. O objetivo da plataforma é fazer com que seja gerada uma cobrança pela partilha de dados de acesso a usuários não assinantes. Até o momento, a empresa não confirmou oficialmente quando irá implementar o recurso e quais serão os valores cobrados.

Programado para acontecer no início do próximo ano nos Estados Unidos, o fim do compartilhamento de senhas já era pensado desde 2019, mas foi postergado pela companhia após o boom de assinaturas em 2020 e 2021, época de isolamento social por conta da Covid-19 em todo o mundo. Vale lembrar que um outro objetivo da cobrança é incluir como meta o aumento de assinantes na Netflix, que viu o número de pagantes cair ainda no primeiro semestre de 2021.

Não é a primeira ação da Netflix

Um recurso “anti-compartilhamento” havia sido testado em março de 2021, em que seria necessária a confirmação de titularidade para acessar a plataforma. Em julho deste ano, a Netflix anunciou o lançamento da função Netflix Homes, uma extensão em fase de testes, projetada para agosto de 2022. O recurso visava à cobrança de uma taxa extra para usuários que compartilhassem a senha para não assinantes que não morassem no mesmo endereço do titular.

Já em outubro, a Netflix havia anunciado que a partir de 2023 iria implementar de vez as cobranças aos titulares caso compartilhassem senhas. Testes da medida já haviam sido feitos em países da América Latina, como Argentina, Honduras, El Salvador, Chile, Costa Rica e Peru. Nesta fase, os assinantes Padrão e Premium seriam notificados sobre a taxa caso fossem identificados outros IPs fora da residência cadastrada.

Outro recurso adotado pela plataforma foi a transferência de perfil, ferramenta anunciada também em outubro desse ano e já em funcionalidade no Brasil. Nesta modalidade, o assinante pode migrar seu perfil para outra conta, sem perder dados como recomendações personalizadas, histórico de acesso e listas de conteúdo.

Queda no número de assinantes

Em janeiro de 2022, após um aumento no número de assinaturas durante a quarentena entre 2020 e 2021, a Netflix confirmou a primeira queda de assinantes em dez anos, com perdas de cerca de 1,3 milhão só no Canadá e Estados Unidos, além de 1 milhão no restante do mundo. O compartilhamento de senhas já havia sido diagnosticado como um “grande problema” ainda em 2019, de acordo com o Wall Street Journal, mas soluções para combater a crise foram postergadas após a chegada de novos assinantes no ano seguinte.

De acordo com estimativas do banco de investimento Cowen Inc., mencionadas na reportagem do WSJ, há cerca de 30 milhões de “compartilhadores” nos Estados Unidos e no Canadá. Caso a medida fosse aplicada, tomando como base o valor hipotético de US$ 3 (R$ 15,55, em atual conversão do dólar), a empresa teria uma receita adicional de US$ 721 milhões (R$ 3,7 bilhões, em conversão atual) em 2023 nos dois países citados. A pesquisa não menciona a América Latina, região em que o compartilhamento de senhas é mais frequente, de acordo com a reportagem.

Uma outra ação para incentivar novas assinaturas foi o plano básico com anúncios da Netflix, que custa apenas R$ 18,90. O pacote tem uma redução de 27% em relação ao plano básico sem anúncios, atualmente no valor de R$ 25,90. O novo preço foi lançado em novembro e, na nova modalidade, o assinante dispõe de benefícios similares ao plano básico, com a diferença do conteúdo ser exibido em 720p (HD) e inserções de comerciais com média de duração de quatro a cinco minutos por hora, exibidos antes e durante os filmes e séries.

✅  WALL STREET JOURNAL