Multidão invade aeroporto russo para atacar passageiros israelenses

Caso aconteceu na cidade de Makhachkala, na república russa do Daguestão, que tem população de maioria muçulmana.

Uma multidão de moradores da cidade de Makhachkala, na república russa do Daguestão, invadiu o aeroporto da cidade na tentativa de atacar quaisquer judeus que chegassem em voo de Tel Aviv neste domingo (29), informou o site Jerusalem Post.

Os manifestantes também foram vistos carregando bandeiras palestinas enquanto corriam pelo aeroporto e até mesmo chegando aos aviões na pista. Segundo relatos da mídia russa, as forças de segurança russas não agiram para evitar a violência dos moradores.

Filmagens compartilhadas no X, antigo Twitter, e em canais no app de mensagens Telegram mostraram manifestantes gritando “Allahu Akbar” (Deus é Grande, em tradução do árabe) e parando carros para verificar os documentos dos passageiros para garantir que não fossem israelenses nem judeus.

Segundo o veículo estatal russo RIA Novosti, policiais e a Guarda Nacional estavam presentes no local enquanto os tumultos ocorriam e que o aeroporto havia sido fechado devido à entrada dos manifestantes no aeroporto.

A república do Daguestão, que fica ao longo da costa do mar Cáspio, é uma república autônoma dentro da Federação Russa. Estima-se que alguns milhares de judeus caucasianos vivam na república. Por outro lado, 83% da população no Daguestão é muçulmana, de acordo com uma pesquisa de 2012.

Manifestantes atacam hotel

Em Khasavyurt, também localizada no Daguestão, manifestantes se reuniram em um hotel onde israelenses que haviam fugido dos combates estavam relacionados como hóspedes, com alguns dos manifestantes entrando no hotel e só saindo depois de garantir que não havia israelenses no local.

O canal ChP Dagestan no Telegram informou que os tumultos em Khasavyurt começaram depois que “uma pessoa parecida com um cidadão israelense” foi vista caminhando perto do hotel.

A rádio russa Echo FM exibiu o relato de um residente do Daguestão: “Eu entrei em todos os quartos, verifiquei cada pessoa. Olhei para o passaporte, olhei para o rosto para ver se esse rosto correspondia ao passaporte. Não há [judeus] lá, irmãos, vocês estão sendo provocados. Precisamos ir para casa. Parabéns a todos que vieram, vocês são todos cuidadosos”.

Autoridades israelenses enfatizaram no domingo que “o Estado de Israel leva a sério as tentativas de prejudicar cidadãos israelenses e judeus em todos os lugares”.

O gabinete do primeiro-ministro, Benjamin Netanyanu, informou ainda que “Israel espera que as autoridades de aplicação da lei russas mantenham a segurança de todos os cidadãos israelenses e judeus onde quer que estejam e ajam resolutamente contra os manifestantes e contra a incitação selvagem dirigida contra judeus e israelenses”.