RIO — Na noite desta terça-feira (24), uma tragédia marcou a véspera de Natal na BR-040, em Duque de Caxias, na Baixada Fluminense. A jovem Juliana Leite Rangel, de 26 anos, foi atingida por um tiro na cabeça durante uma ação da Polícia Rodoviária Federal (PRF). A família de Juliana, composta por cinco membros, estava a caminho de Itaipu, em Niterói, para celebrar o Natal quando seu veículo foi alvejado por disparos dos agentes da PRF.
O incidente ocorreu por volta das 21h. Juliana foi imediatamente levada ao Hospital Municipal Adão Pereira Nunes, em Caxias. Lá, ela foi entubada e submetida a uma cirurgia, permanecendo em estado gravíssimo. Segundo a Secretaria Municipal de Saúde, “a paciente foi atingida por arma de fogo no crânio, foi entubada e encaminhada diretamente para o centro cirúrgico, onde passou por procedimento, sem intercorrências. O quadro de saúde da vítima é gravíssimo.”
O pai de Juliana, Alexandre da Silva Rangel, de 53 anos, também foi ferido, recebendo um tiro na mão esquerda. Ele foi atendido no mesmo hospital, mas, após avaliação, foi liberado sem lesões graves, apenas com um pequeno corte.
Os veículos envolvidos, tanto o da família quanto o da PRF, foram rebocados para a delegacia federal em Nova Iguaçu para realizar a perícia e colher depoimentos dos envolvidos, incluindo os policiais e as vítimas.
A PRF, em nota, expressou profundo pesar pelo episódio e anunciou que os agentes envolvidos foram afastados preventivamente de suas atividades operacionais. Uma investigação interna foi aberta pela Corregedoria-Geral da PRF, sediada em Brasília, para apurar os fatos. A instituição também está prestando assistência à família da jovem e colaborando com a Polícia Federal nas investigações.
A Polícia Federal, por sua vez, confirmou a instauração de um inquérito para esclarecer o ocorrido, mencionando que os policiais rodoviários teriam confundido o carro da família com um veículo suspeito de atirar contra a viatura da PRF. A PF realizou a perícia no local, coletou depoimentos e apreendeu as armas para análise pericial.
Este trágico evento ocorre no mesmo dia em que o governo federal publicou um decreto, assinado pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que estabelece novas diretrizes para o uso da força pela polícia, enfatizando que o emprego de armas de fogo deve ser o último recurso, utilizado apenas quando meios de menor intensidade não forem suficientes para alcançar os objetivos legais.
