Mulher de João Branco já está presa em Manaus

Conforme a polícia do Amazonas, Sheila Peres teria envolvimento com o último massacre no Compaj, ocorrido em maio de 2019. | Imagem: Reprodução

Sheila Maria Faustino Peres, esposa do narcotraficante João Pinto Carioca, “João Branco”, foi transferida para Manaus e deu entrada no sistema prisional do estado na tarde de sábado (13). A informação foi confirmada pela Secretaria de Estado de Administração Penitenciária (Seap).

A mulher foi presa pela Polícia Federal, na última quarta-feira (10), no Aeroporto de Guarulhos, em São Paulo, quando tentava embarcar para Barcelona, na Espanha.

“A Justiça do Amazonas tinha um mandado de busca e apreensão em aberto contra Sheila, e nós repassamos isso para a Polícia Federal – que acionou apoio da Interpol. Quando ela estava passando pela Imigração, ainda em Guarulhos, foi detectado o mandado no sistema e acabou presa imediatamente”, afirmou Bonates.

Forte esquema de segurança na chegada

De acordo com informações, um forte esquema de segurança foi montado durante a chegada de Sheila na capital amazonense. A secretaria teria sido informada sobre uma suposta ameaça de morte contra a mulher.

Questionada se Sheila ficará presa na sede da Polícia Federal do Amazonas, no Dom Pedro, ou se foi levada para o Centro de Detenção Provisório Feminina (CDPF), no km da BR-174, a Seap disse que, por questão de segurança, não pode informar a unidade prisional que a mulher foi encaminhada.

Conforme informações do serviço de inteligência da SSP-AM, Sheila estava sendo investigada por suposto envolvimento no racha entre os criadores da facção criminosa Família do Norte (FDN) – “João Branco” e José Roberto Fernandes Barbosa, o “Zé Roberto da Compensa”.

Massacre

Por conta do conflito entre os ex-aliados, um verdadeiro banho de sangue tomou conta das unidades prisionais do estado nos dias 26 e 27 de maio deste ano. Ao todo, 55 detentos foram mortos a golpes de estocada e agressão física.

A ordem para a matança de presos ligados ao “Zé Roberto da Compensa” partiu de “João Branco” e foi trazida para Manaus por Sheila, após ela visitar o companheiro no presídio de segurança máxima de Catanduvas, no Paraná.

Com o racha, a FDN passou a ser liderada por “Zé Roberto”, enquanto outra parte da facção criminosa, batizada de “FDN Pura” ou “Potência Máxima”, passou a ser administrada por “João Branco”. Várias mortes foram registradas na capital, inclusive foram deixados recados nos corpos das vítimas.

Morte de delegado 

Sheila é apontada pela cúpula da segurança pública por envolvimento em assassinatos na capital relacionado ao tráfico de drogas. Ela ficou conhecida no episódio da morte do delegado Oscar Cardoso da Polícia Civil do Amazonas (PC-AM), assassinado com mais de 20 tiros em 2014, no bairro São Francisco, na Zona Sul de Manaus.

Segundo levantamentos da Polícia Civil, “João Branco” encomendou a morte após descobrir que o delegado comandou o estupro de Sheila. “JB” foi preso em fevereiro de 2016, na fronteira entre Brasil e Venezuela, e condenado, em 2018, a 30 anos de prisão pela morte de Oscar Cardoso.

Por EM TEMPO