
MANAUS — O protagonismo negro na produção audiovisual ganha espaço em Manaus com a exibição gratuita de filmes na mostra Cine Tela Preta, realizada neste fim de semana no Centro de Artes Integradas da Amazônia (Caia), na avenida Constantino Nery, zona Centro-Sul da cidade.
A iniciativa celebra narrativas dirigidas por artistas negros da Amazônia e de outras partes do Brasil, reunindo obras que abordam espiritualidade, memória, identidade de gênero e resistência por meio de olhares autorais e independentes.
A programação tem início nesta sexta-feira (25/07), às 19h, com dois documentários assinados por diretoras amazonenses. Em “Márcia Antonelli: Das Palavras à Sobrevivência”, Mariellen Kuma retrata a vida e a escrita da autora trans manauara Márcia Antonelli, que enfrenta a dura realidade das ruas do centro histórico de Manaus.
Na mesma noite, o público também poderá assistir ao documentário “Médiuns: Mulheres trans e sua busca ancestral nos terreiros afro-brasileiros”, de Isa Donjie, que percorre vivências de mulheres trans nos espaços religiosos de candomblé e umbanda. A obra discute pertencimento, acolhimento espiritual e o papel das lideranças religiosas no reconhecimento da diversidade dentro das casas de axé.
Já no sábado (26/07), às 19h, será exibido o filme “Minha Avó Era Palhaço”, da diretora paulista Mariana Gabriel. O documentário narra a história da avó da cineasta, Maria Eliza Alves dos Reis, que fez carreira como palhaço Xamego nos anos 1940, sendo reconhecida como a primeira palhaça negra do país.
O projeto é realizado pela Casa Barravento, com apoio do Caia, e foi contemplado pela Lei Paulo Gustavo, por meio do Governo do Amazonas, do Conselho Estadual de Cultura e da Secretaria de Cultura e Economia Criativa. A proposta é fomentar o acesso à produção cultural preta e criar espaços de escuta, reconhecimento e troca entre artistas e público.
Mais detalhes estão disponíveis no perfil oficial da Casa Barravento no Instagram: @barravento.cultural.


