No aniversário de 18 anos da Reserva de Desenvolvimento Sustentável (RDS) do Uacari, a Unidade de Conservação estadual realizou a sua 1ª Oficina Intermunicipal de Monitores de Praia de Conservação de Quelônios da Calha do Rio Juruá. O curso reuniu cerca de 100 comunitários de 23 comunidades, nos dias 1º e 2 de junho.
A oficina reuniu monitores da RDS Uacari e da Reserva Extrativista do Médio Juruá – UC Federal, localizada no entorno -, além de comunidades dos municípios de Itamarati e Juruá, que participaram da troca de experiências. A oficina ofereceu reciclagem e formação de novos monitores para a atividade, que ocorre há mais de 30 anos na localidade.
“Os monitores de praia têm uma grande importância no trabalho de conservação de quelônios no Juruá. Após a desova das fêmeas às margens do rio, são eles que realizam a contagem dos ovos e a vigia dos tabuleiros, garantindo a segurança contra predadores e caça ilegal”, ressaltou o gestor RDS Uacari, Gilberto Olavo.
Além da proteção das praias, os monitores acompanham a eclosão dos ovos, o remanejo para os berçários e tanques, dos filhotes encontrados em vulnerabilidade e a posterior soltura de volta no Juruá.
A oficina foi realizada pela Secretaria de Estado do Meio Ambiente (Sema), em parceria com o Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio), Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama), Instituto Juruá e o Projeto Pé-de-pincha, da Universidade Federal do Amazonas (Ufam).
O encontro também teve a parceria da Associação dos Moradores Extrativistas da RDS Uacari (Amaru), Associação-mãe da RDS Uacari, Associação dos Extrativistas da Comunidade São Raimundo (Amecsara), Associação dos Produtores Rurais de Carauari (Asproc), Associação dos Trabalhadores Rurais de Juruá (Astruj) e da Prefeitura de Itamarati e Juruá.
Monitoramento de quelônios
A RDS de Uacari e a Resex do Médio Juruá são referências nacionais em ações de conservação das espécies de quelônios. Graças à atividade e o consequente aumento das espécies na natureza, o Médio Juruá lidera a criação experimental de quelônios, atividade licenciada pelo Instituto de Proteção Ambiental do Amazonas (Ipaam). O objetivo é desenvolver, no futuro, uma nova cadeia produtiva sustentável na região, promovendo renda para as comunidades a partir do manejo sustentável.