Nesta quarta-feira (16), ao menos três oficiais americanos apontaram que, segundo avaliações preliminares, é possível que o míssil que matou duas pessoas na Polônia tenha sido disparado por forças ucranianas que reagiram aos ataques russos contra a cidade de Kiev . As informações são da agência Associated Press.
Pouco antes, Joe Biden já havia afirmado que era “pouco provável” que autoria fosse de forças russas.
“Existe uma informação preliminar que contesta isso. Eu não quero afirmar isso antes de a investigação ser concluída, mas pela trajetória do míssil é pouco provável que ele tenha sido disparado da Rússia”, disse ele.
Logo depois de uma reunião de emergência com líderes do G20 em Bali, na Indonésia, Biden também fez um pronunciamento à imprensa.
“Nós concordamos em ajudar a investigação polonesa sobre a explosão perto da fronteira com a Ucrânia. Nós vamos tomar uma decisão coletiva sobre quais serão os próximos passos ao fim da investigação”, afirmou o presidente americano.
No entanto, apesar desconsiderar em um primeiro momento um possível ataque russo contra Polônia, o presidente dos EUA criticou a escalada das tensões e bombardeios contra Ucrânia durante a terça. “Eles atacaram enquanto nós estávamos reunidos”, concluiu Biden.
Em seu canal no Telegram, Dmitry Polyansky, chefe da missão permanente da Rússia na Onu, afirmou o incidente é uma tentativa de colocar a Otan em confronto direto com a Rússia.
“Existe uma tentativa de provocar um confronto militar entre a Otan e a Rússia, com todas as consequências para o mundo”, disse.
Otan realiza reunião de emergência após explosão
Na manhã desta quarta (16), Jens Stoltenberg, secretário geral da Otan, convocou uma reunião de emergência para discutir a explosão que deixou dois mortos na Polônia.
Atualmente, a Polônia faz parte da Organização do Tratado do Atlântico Norte ( Otan ), aliança militar formada em 1949 e que hoje conta com 30 países, incluindo os EUA.
Na prática, um ataque a um país do tratado é considerado um ataque a todos os outros integrantes da aliança.
O diz a Polônia
Andrzej Duda, presidente da Polônia, afirmou que é provável que o país acione o Artigo 4 da Otan em uma reunião marcada para esta quarta-feira (16).
O Artigo 4 do tratado diz que “as Partes consultar-se-ão sempre que, na opinião de qualquer delas, estiver ameaçada a integridade territorial, a independência política ou a segurança de uma das Partes”.
Já o Artigo 5 menciona invasões a nações que fazem parte da Otan. Ele diz que “um ataque armado contra uma ou várias delas na Europa ou na América do Norte será considerado um ataque a todas” e prevê ainda a possibilidade de “emprego da força armada, para restaurar e garantir a segurança”.
A Polônia também pediu explicações sobre o caso ao embaixador da Rússia em Varsóvia.