Ministra critica punição que rebaixou UPM por termos em iorubá no Carnaval carioca

Jurada despontuou a Unidos de Padre Miguel no quesito "Letra".

RIO — A ministra Margareth Menezes criticou duramente a decisão de jurados do Grupo Especial do Rio que reduziram a nota da Unidos de Padre Miguel (UPM) por “excesso de termos em iorubá” em seu samba-enredo. A escola, que retornou à elite do carnaval após 50 anos, foi rebaixada para a Série Ouro. “O iorubá é raiz do samba e da cultura afro-brasileira. Penalizá-lo é desrespeitar nossa ancestralidade”, afirmou a ministra no X.

A UPM homenageou Iyá Nassô, fundadora do Candomblé da Barroquinha, com o enredo Egbé Iyá Nassô . Uma jurada justificou a nota baixa alegando “dificuldade de entendimento” devido aos termos africanos. O babalawô Ivanir dos Santos classificou a avaliação como “racismo estrutural”: “Como contar nossa história sem nossa língua?”.

A Liesa informou que analisará o recurso da UPM e rejeitou “racismo religioso”. “A Liga não aceitará intolerância em seus julgamentos”, disse o presidente Gabriel David. A polêmica reacende debates sobre a valorização de elementos culturais africanos no carnaval.