Militares fazem treinamento em Manaus para Missão de Paz no Congo

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O treinamento dos militares das Forças Armadas brasileiras convidados pela Organização das Nações Unidas (ONU) para participar da Missão da Paz na República Democrática do Congo (Monusco) começou, em Manaus, nesta segunda-feira (29). A missão de instrução no Congo inicia em meados de junho.

Foram selecionados, ao todo, 13 oficiais de diversas partes do País que atuarão como “assessores especialistas guerreiros de selva” no país africano durante seis meses: 11 do Exército Brasileiro, um da Marinha do Brasil e um da Força Aérea Brasileira. Todos formados pelo Centro de Instrução de Guerra na Selva (CIGS), na Zona Oeste.

De hoje até 10 de maio, os militares convocados realizarão, em inglês, a revisão das técnicas de guerra na selva no CIGS. Após este período na capital, os militares passarão por avaliações físicas e psicológicas em centros especializados do Exército Brasileiro, no Rio de Janeiro. Em seguida eles passarão por um preparo específico para a atuação em Missões de Paz no Centro Conjunto de Operações de Paz do Brasil, também na capital fluminense.

O major Tavares, único amazonense do grupo. | Foto: Divulgação

Único amazonense na tropa, o major Tavares, do Exército Brasileiro, se diz muito orgulhoso de ter sido selecionado para essa missão já que ser militar é um sonho de criança.

“Frequentei o zoológico do Cigs quando era criança”, lembra ele. “Por isso, minha simpatia pela infantaria de selva é muito grande. Um dos pontos altos da minha carreira foi poder regressar à Manaus após muito tempo longe da família [ele se formou na Academia Militar das Agulhas Negras, no Rio de Janeiro] e poder me especializar no que há de melhor e mais moderno nas operações na selva”, disse.

Para Tavares, poder conciliar a sua ligação regional com o Cigs mais a missão no Congo tem um significado especial. “Essa missão é a prova cabal do comprometimento do Brasil com a pacificação do mundo”, destacou.

Chefe da equipe brasileira de assessores de guerra da selva, o major Adelmo, do Exército, explicou que a missão dos brasileiros no Congo será de instrução apenas e não de confronto com as tropas rebeldes, que há muitos anos lutam para assumir o controle do governo congolês.

“As tropas da missão, prioritariamente as que compõe a Força de Intervenção valor Brigada, que faz parte das tropas da ONU, serão treinadas e certificadas pela equipe de especialistas brasileiros para, assim, seguir na sua missão de neutralizar as tropas rebeldes, que cometem atrocidades contra a população local”, disse.

Monusco

Do ano passado para cá, cerca de 14 soldados das tropas de paz da ONU, conhecidos como ‘’capacetes azuis’’, foram mortos e 44 foram feridos em confrontos com os rebeldes. A Monusco conta hoje com mais de 15 mil militares de diferentes países e, atualmente, está sob o comando de um militar brasileiro, o general de divisão Elias Martins Filho.

A República Democrática do Congo (ex-Zaire) enfrenta um baixo índice de desenvolvimento humano e alto índice de mortalidade infantil, além de um grave surto de ebola, o segundo pior da história, com mais de 600 mortes.

fonte: a crítica