
CIDADE DO MÉXICO — A polêmica em torno da designação do Golfo do México ganhou contornos judiciais nesta sexta-feira (9). A presidente mexicana, Claudia Sheinbaum, anunciou que o governo do México formalizou um processo contra o Google. A gigante de tecnologia americana alterou a nomenclatura para “Golfo da América” em sua plataforma de mapas nos Estados Unidos, acatando um decreto emitido pelo então presidente Donald Trump.
Em declaração à imprensa, Sheinbaum confirmou a ação legal, embora não tenha especificado o momento exato ou a jurisdição em que a petição foi protocolada. A presidente também revelou que a controversa mudança de nome não foi pauta em suas recentes conversas telefônicas com Trump.
A alteração da denominação do corpo d’água foi oficializada por Trump em 20 de janeiro, logo no início de seu segundo mandato. A medida gerou uma reação imediata e irônica de Sheinbaum, que chegou a propor, em tom de crítica, a inversão da nomenclatura para “América Mexicana”, com base em mapas históricos que retratavam vasto território do oeste americano como pertencente ao México no século XVII.
A decisão de Trump recebeu endosso do Congresso americano na quinta-feira, com a aprovação, pela Câmara dos Representantes, de um projeto de lei visando oficializar a mudança de nome. Paralelamente ao Google, a Apple também implementou a nova designação em seus serviços de mapas para usuários nos Estados Unidos.
A iniciativa de Sheinbaum de levar a questão aos tribunais representa uma escalada significativa na disputa. Anteriormente, a presidente mexicana havia enviado duas correspondências ao Google, expressando seu descontentamento com a alteração promovida pela empresa e alertando para a possibilidade de medidas legais. O anúncio do processo formaliza a intenção do México de contestar judicialmente a mudança de nome imposta pelos Estados Unidos e acatada pelas gigantes da tecnologia.