
A corrida bilionária pela supremacia em inteligência artificial acaba de ganhar um novo capítulo. A Meta, empresa de Mark Zuckerberg, contratou o jovem pesquisador Matt Deitke, de apenas 24 anos, por nada menos que US$ 250 milhões (cerca de R$ 1,3 bilhão) — valor que será pago ao longo de quatro anos, com US$ 100 milhões só no primeiro ano.
A contratação foi confirmada pelo próprio Deitke em seu LinkedIn, onde celebrou sua entrada no Meta Superintelligence Labs, equipe de elite da gigante tecnológica voltada para o desenvolvimento de IA avançada. A movimentação também representa a segunda tentativa da Meta: a primeira oferta havia sido de “apenas” US$ 125 milhões.
A decisão tem repercutido intensamente no setor. De um lado, especialistas comparam os valores pagos a cientistas de IA aos contratos de grandes astros do esporte. Do outro, cresce a crítica sobre o abismo entre salários milionários e demissões em massa nas big techs.
Somente a Microsoft, por exemplo, cortou mais de 15 mil empregos nos últimos meses, incluindo funcionários de divisões de games e moderação de conteúdo. A própria Meta já enfrentou críticas por reduzir postos de trabalho enquanto investe bilhões em talentos de IA.
A movimentação da Meta é estratégica: a empresa já contratou profissionais de alto nível de concorrentes como Apple e OpenAI — entre eles, Shengjia Zhao, um dos cocriadores do ChatGPT.
O professor Ramesh Srinivasan, da UCLA, alerta para os impactos sociais dessa tendência: “Enquanto bilhões são pagos a um punhado de especialistas, cargos de base — como moderadores de conteúdo — estão sendo eliminados, substituídos por sistemas automatizados.”
A nova era da tecnologia está se desenhando — mas, para muitos, ela traz tanto avanço quanto desigualdade.


