Mentor de Guaidó, opositor venezuelano Leopoldo López foge em direção à Espanha

Fontes indicam que Leopoldo López se dirige para a Colômbia e de lá iria para a Europa.

O oponente político venezuelano Leopoldo López deixou a residência do embaixador espanhol em Caracas para deixar a Venezuela, disseram três fontes ouvidas pela agência AFP. Duas das fontes indicaram que Leopoldo López se dirigia para a Colômbia, sem dizer se já havia chegado lá, mas especula-se que seu destino final seria a Espanha.

Leopoldo López foi preso em 2014 após liderar protestos contra o presidente Nicolás Maduro. Ele recebeu liberdade provisória em 2017. Durante sua prisão domiciliar, López se tornou o mentor do líder da oposição, Juan Guaidó, que no início do ano passado invocou a Constituição para assumir uma presidência interina e iniciou uma campanha para derrubar Nicolás Maduro.

Após o fracasso do levante militar de abril de 2019, Leopoldo López refugiou-se primeiro na residência diplomática chilena, e depois na Embaixada da Espanha, após o fracasso da rebelião militar de 30 de abril contra Nicolás Maduro.

Naquela manhã, o líder da oposição foi libertado de sua prisão domiciliar pelos homens do general Cristhoper Figuera, que então chefiava o Serviço de Inteligência Bolivariano (Sebin), a antiga política do Chavismo. Anteriormente, López passou três anos e meio em uma masmorra na prisão militar de Ramo Verde e outros 21 meses em sua casa em Caracas, graças a uma medida de casa por prisão. O Serviço de Inteligência Bolivariano (Sebin) mantém uma sede nas proximidades da embaixada espanhola, segundo informações da imprensa venezuelana.

Família de opositor já se encontra na Espanha

No início de junho do mesmo ano, Lilian Tintori, esposa de López, e seu filho mais novo, que permaneceu com o líder da oposição dentro da Embaixada, fugiram para a Espanha no que o governo de Madri definiu como “um exercício de liberdade de movimento”. Atualmente sua família permanece na capital espanhola, incluindo seu pai, Leopoldo López Gil, deputado eleito pelo Partido Popular, de direita.

Leopoldo López foi condenado por incitação pública à violência a quase 14 anos de prisão em um julgamento armado pelo Chavismo, segundo o promotor do caso, Franklin Nieves.

Depois da substituição do embaixador espanhol em Caracas, Jesús Silva, a chancelaria da Espanha assegurou que não mudaria o status de López.

Mas esta decisão coincidiu com a mudança no governo de Madri, liderado por Josep Borrell, Alto Representante da União Europeia (UE), mais longe de Guaidó e, portanto, de López.

Desde que essa mudança diplomática se tornou pública, começou-se a especular-se sobre como o novo embaixador influenciaria a atuação do opositor venezuelano.

FONTE: RFI