Menino adotado e com deficiência se torna campeão sul-americano de Jiu-jitsu em MT

Davi Emanuel, de 9 anos, disse que se encontrou no esporte depois de passar pela depressão. Hoje, ele já colecionou 10 medalhas de ouro e uma de bronze.

Aos nove anos, Davi Emanuel já conquistou o campeonato Sul-Americano de Jiu-jitsu e uma competição brasileira da mesma modalidade esportiva por representar Barra do Bugres, a 169 km de Cuiabá. Ele nasceu sem o braço esquerdo e a perna direita, além de ter sido adotado, o que para muitos poderia ser um impeditivo, para ele se tornou uma força vital.

Atualmente, ele já colecionou 10 medalhas de ouro e uma de bronze. O pequeno paratleta também viralizou nas redes sociais ao mostrar a rotina de treinos e conta com mais de 13 mil seguidores. Em um dos vídeos ele disse que foi através do esporte que conseguiu sair da depressão.

A mãe adotiva, Daiane Cristina de Oliveira, de 37 anos, contou que enfrentou preconceitos dentro da própria família ao ter adotado Davi, algo que ficou no passado, já que as conquistas no esporte ofuscam e enchem o coração dela de orgulho.

“Ele nasceu apra ser meu e para eu ser mãe dele. Às vezes a minha própria família não entendia o porquê da gente adotar uma criança como o Davi. Eles também não entendiam que o amor que a gente sente não tem explicação”, afirmou.

Para o pai adotivo, Lialdino Lopes Toledo, de 49 anos, não houve dúvida quando receberam a ligação da Justiça sobre a fila da adoção. Segundo ele, outros pais estavam na frente deles para adotar Davi, mas nenhum quis adotá-lo quando souberam da deficiência da criança.

“A gente se inscreveu num cadastro de adoção e não tinha ideia de que viria o Davi. Foi uma dádiva de Deus”, disse.

Em um novo lar, Davi despertou vontade para treinar no esporte de luta suave. Há um ano, ele resolveu se tornar um lutador na modalidade.

Para o professor dele, Geovane de Sousa Luz, de 34 anos, as primeiras aulas foram desafiadoras.

“Quando Davi entrou aqui, ele se mostrou uma criança muito esforçada. Hoje ele luta no parajiu-jitsu, mas eu acredito que quando fizer 10 anos já pode lutar com desafios maiores. Entrando no convencional”, contou.