Megatraficante foge de operação da PF em helicóptero

Antônio Joaquim Mota coordena uma sofisticada organização paramilitar a serviço do tráfico de drogas

Na última sexta-feira, 30, o traficante Antônio Joaquim Mota, conhecido como Dom ou Motinha, fugiu um dia antes de uma operação da Polícia Federal usando um helicóptero, em uma fazenda que fica na fronteira entre o Mato Grosso do Sul e o Paraguai. O megatraficante coordena uma sofisticada organização criminosa paramilitar a serviço do tráfico de drogas.

– Organização: O grupo conta com paramilitares brasileiros e estrangeiros, que, inclusive, teriam experiência em conflitos internacionais. Segundo um diálogo obtido pela revista piauí, em 2021, Dom chegou a comandar mais de 120 homens armados na fronteira entre Brasil e Paraguai.
– Poderoso Chefão: O traficante escolheu ser apelidado de Dom em referência ao clássico filme que conta a história do mafioso Dom Corleone.
– “Clã Mota”: Antônio Mota assumiu o comando de um negócio que está na família há pelo menos três gerações, segundo a CNN. A família já atuou no contrabando de cigarros, aparelhos eletrônicos e agora se especializou no tráfico de cocaina. A droga viria da Bolívia e da Colômbia, transportada até o Paraguai e, de lá, seguiria de helicóptero para São Paulo e Paraná, onde era escoada para os portos de Santos (SP) e de Itajaí (SC).
– Operação Lava Jato: Mota já foi preso anteriormente em uma das fases da Operação Lava Jato, em novembro de 2019. A quadrilha dele teria ocultado mais de US$ 20 milhões em contas nas Bahamas e entre laranjas no Paraguai.

Operação Magnus Dominus

A Polícia Federal nomeou a operação que prenderia Motinha de Magnus Dominus, a tradução de “Poderoso Chefão” para o latim. Apesar da fuga do traficante, os agentes prenderam seis membros do grupo criminoso.

A Justiça Federal expediu 11 mandados de busca e apreensão e 12 mandados de prisão contra nove brasileiros, um italiano, um romeno e um grego, em uma operação policial simultânea no Mato Grosso do Sul, Minas Gerais, São Paulo e Rio Grande do Sul.

Durante as investigações, a Polícia Federal constatou que a organização criminosa possui grande poder bélico, com coletes balísticos, drones, óculos de visão noturna, granadas, além de armamento de grosso calibre, a exemplo de fuzis .556, 762 e .50, este capaz de perfurar blindagens e abater aeronaves.

A PF não divulgou um balanço das prisões porque considera que a operação ainda está em andamento. Além dos suspeitos presos, a PF apreendeu cerca de 14 armas, além de 40 caixas de munição, seis granadas e colete balístico.