Malária volta a cair e registra redução de 7,2% no Estado, diz FVS

A malária é uma doença infecciosa febril aguda

A Fundação de Vigilância em Saúde do Amazonas (FVS), órgão da Secretaria de Estado de Saúde (Susam), informa que a malária voltou a apresentar redução no Estado. No acumulado dos últimos oito meses de 2018, o Amazonas apresentou queda de 7,2%, em comparação ao mesmo período de 2017. Até agosto deste ano, foram registrados cerca de 46.900 casos, contra 50.547, no ano passado.

A malária experimentou um período de queda no Estado, entre 2005 e 2016, quando as notificações reduziram de 167.018 casos para 45.476 casos. Voltou a crescer em 2017, quando foram registrados cerca de 80 mil casos, entre janeiro e dezembro. No primeiro semestre de 2018, os números ainda se mantinham em alta, puxados pela incidência em municípios do Alto Rio Negro, região onde o Governo do Estado decretou situação de emergência.

O secretário Estadual de Saúde, Orestes Guimarães de Melo Filho, disse esperar que a tendência de queda se mantenha até o fim do ano. “Estamos com ações estratégicas, junto com o Governo Federal e os municípios, desde o início do ano. Então, esperamos manter essa tendência de queda até dezembro e nos meses seguintes, para revertermos o quadro em definitivo”, disse.

Entre as medidas dotadas está o repasse de R$ 4,1 milhões pelo Ministério da Saúde, para os 16 municípios prioritários, incluindo Manaus, que concentram a maioria dos casos. Com o recurso, os municípios devem priorizar, principalmente, a contratação de mais agentes de endemias para o combate ao mosquito anófeles, transmissor da doença.

Desde o início do ano, estratégias diferenciadas estão sendo utilizadas para redução no número de casos de malária. Em fevereiro, o Governo do Amazonas disponibilizou equipamentos e embarcações para intensificar as ações de controle nos municípios, bem como forneceu apoio, capacitação técnica e diversos insumos que abasteceram aproximadamente mil pontos de microscopia que estão nas diversas localidades do Estado, para fazer o teste de laboratório e o diagnóstico precoce da malária. Também enviou equipes da FVS com equipamentos para ações de controle no Alto Rio Negro.

Alguns municípios apresentam queda ainda maior que o Estado. É o caso de Santa Izabel do Rio Negro, que teve redução de 66%. Foram 5.749 casos registrados em oito meses, em 2017 e este ano baixou pra 1.918. Barcelos também apresentou redução significativa de 43%, com 2.921 casos, em 2018, contra 5.135 no mesmo período do ano passado. Na contramão da redução, o município de São Gabriel da Cachoeira apresentou um acréscimo de 61% dos números de casos. Até o momento, foram registrados 10.534 casos contra 6.541 no mesmo período de 2017.

Entre os municípios com maior número de casos estão São Gabriel da Cachoeira (10.534), Manaus (5.638), Barcelos (2.921), Tefé (2.772), Coari (1.976), Lábrea (1.947), Santa Izabel do Rio Negro (1.918), Guajará (1.592), Carauari (1.475), Atalaia do Norte (1.225), Tapuá (1.134), Jutaí (1.126), Presidente Figueiredo (1.047), Iranduba (1.224) e Rio Preto da Eva (969).

Para o diretor-presidente da FVS, Bernardino Albuquerque, a redução é um importante indicador de que a intensificação das ações de controle vetorial já trouxeram resultados, embora ainda seja cedo para comemorar a queda de índices. “É importante que começou a estabilizar e até cair. Mas não podemos esquecer que o segundo semestre do ano é o período sazonal da doença, portanto é essencial manter as ações e ampliá-las”, disse.

Sobre a Doença – A malária é uma doença infecciosa febril aguda, causada por protozoários, transmitidos pela fêmea infectada do mosquito Anopheles. Os pacientes com malária apresentam, entre os principais sintomas, febre alta, calafrios, tremores, sudoreses (suor) e dor de cabeça, por isso, uma vez diagnosticado, o paciente deve seguir o tratamento até o final.