Mais de 800 filhotes de quelônios são soltos no Lago do Xiada, em Novo Aripuanã

O projeto de soltura de quelônios envolveu as comunidades Bela Vista, São Francisco e São Marajó, com um total de 23 monitores de conservação de quelônios que realizaram o trabalho.

Comunitários da Reserva de Desenvolvimento Sustentável (RDS) Rio Madeira realizaram a soltura de 850 quelônios, da espécie tracajá (Podocnemis unifilis), neste sábado (27/01). A soltura ocorreu no Lago do Xiada, na comunidade Bela Vista, localizada no município de Novo Aripuanã (a 227 quilômetros de Manaus).

A atividade faz parte do Programa de Monitoramento da Biodiversidade e do Uso Sustentável de Recursos Naturais (Probuc), implementado pela Secretaria de Estado do Meio Ambiente (Sema). O projeto de soltura de quelônios envolveu as comunidades Bela Vista, São Francisco e São Marajó, com um total de 23 monitores de conservação de quelônios que realizaram o trabalho.

Para o secretário de Estado do Meio Ambiente, Eduardo Taveira, o manejo sustentável de quelônios representa um grande papel para a manutenção das cadeias ecológicas da Amazônia.

“Esse é um trabalho extremamente importante para garantir a manutenção desses animais, que são constantes vítimas da caça ilegal. Na Reserva Extrativista (Resex) Rio Gregório, por exemplo, houve um aumento de quase 100% no número de filhotes monitorados e soltos desde 2018. Onde há monitoramento, há o aumento das populações de quelônios e isso é um grande benefício para toda a biodiversidade local”, declarou.

Monitoramento

A gerente de Unidade de Conservação, Khimberlly Sena, conta que o programa segue a metodologia de soltura desenvolvida pela Universidade Federal do Amazonas (Ufam), por meio do Projeto Pé-de-Pincha. “Aqui no Madeira, o período de coleta dos ovos começou no mês de agosto e foi até novembro. Os monitores vão para os tabuleiros acompanhar o período de desova”, explicou.

Nesta etapa, os monitores percorrem praias, campinas e barrancos, para fazer a coleta dos ovos e levá-los para as “chocadeiras”, que replicam o ambiente natural de desova. Por lá, os ovos ficam pelo período de dois meses.

“Quando nascem, os quelônios vão para tanques, que chamamos de ‘berçários’. Ali, os monitores separam aqueles que estão saudáveis e os que estão mais adoentados. Esse processo de levar para o berçário serve para endurecer o peito deles, o plastrão, para, quando for devolvido à natureza, eles possam ter um pouco mais de resistência para sobreviver”, completou.

A RDS Rio Madeira é uma das Unidades de Conservação Estaduais geridas pela Sema Amazonas que realizam o monitoramento das espécies de quelônios. De 2018, quando o trabalho foi iniciado, até 2023, foram, ao todo, mais de 1,9 milhão de quelônios devolvidos à natureza.