Madagascar confirma 92 mortes após passagem do ciclone

Segundo autoridades, fenômeno climático afetou 94.000 pessoas, sendo que 60.000 precisaram ser deslocadas para área seguras. — Foto: Rijasolo/AFP

Pelo menos 92 pessoas morreram em Madagascar após a passagem do ciclone Batsirai — informa um novo balanço divulgado nesta quarta-feira (9) pelas autoridades.

O Escritório Nacional de Gestão de Riscos e Desastres (BNGRC), que compila os dados enviados das regiões afetadas, em especial na costa leste desta ilha do oceano Índico, anunciou que o total passou de 30 para 80. Destes, 71 óbitos foram no distrito de Ikongo, exatamente nesta área.

“É uma catástrofe”, disse por telefone à AFP o deputado distrital Brunelle Razafintsiandrofa, especificando que “a maioria das vítimas morreu no desabamento de suas casas”.

O organismo informou ainda que mais de 94.000 pessoas foram afetadas e quase 60.000 tiveram que ser deslocadas no país, onde várias ONGs e agências da ONU começam a mobilizar recursos e equipes.

O ciclone tropical atingiu Madagascar na madrugada do sábado (5) para o domingo, por uma faixa costeira de 150 km pouco habitada e agrícola, antes de seguir para o centro da ilha, destruindo arrozais e provocando o temor de uma crise humanitária.

O fenômeno climático deixou a ilha na manhã da segunda-feira (7) e, felizmente, a capital, Antananarivo, e o principal porto do país, Tamatave, no nordeste, não foram afetados pelas tempestades.

Mas Batsirai deixou para trás um rastro de casas destruídas ou inundadas, centros médicos e escolas devastados e uma série de estradas e 17 pontes intransitáveis.

O número de mortes está aumentando à medida que é possível acessar áreas isoladas e locais remotos, segundo vários funcionários no local.

A França anunciou que enviaria 60 bombeiros da segurança civil para “iniciar uma grande unidade de purificação de água” e está subsidiando “75 toneladas de ajuda urgente”.

Especialistas alemães também chegaram ao país insular para “fortalecer a resposta humanitária”, disse o BNGRC.

“Os arrozais foram afetados, as colheitas de arroz perdidas. É a principal cultura do povo malgaxe, e sua segurança alimentar será gravemente afetada nos próximos três a seis meses se não agirmos rapidamente”, disse Pasqualina DiSirio, diretora do Programa Mundial de Alimentos (PAM) no país, um dos mais pobres do planeta.

A Unicef teme que muitas vítimas sejam menores, que representam mais da metade dos 28 milhões de malgaxes.

Em Mananjary, o epicentro da destruição, o presidente Andy Rajoelina prometeu na segunda-feira que “tudo o que foi destruído” seria restaurado.

Os vizinhos continuam a remover os escombros. “A casa desabou, não sabemos para onde ir, procuramos comida”, disse Berthine, 22 anos, à AFP no início da semana.

░░░ AFP ░░░