Lula opina sobre crise entre mercenários e Putin na Rússia

"O meu pensamento é simples: eu sou contra a guerra. Eu quero paz. É isso", disse o presidente brasileiro.

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) foi questionado neste sábado (24) sobre a rebelião de membros do grupo miliciano Wagner na guerra da Ucrânia. Porém, o petista evitou se aprofundar no tema e prometeu buscar maiores informações quando chegar ao Brasil.

“Não, eu não posso falar. Lamentavelmente eu não posso falar porque eu não tenho as informações necessárias para te falar. Eu, quando chegar ao Brasil, que eu me informar de tudo o que aconteceu ontem, que tiver várias informações, aí eu posso te falar, mas agora seria chutar, sabe, de forma precipitada uma informação que eu não tenho. Eu ouvi dizer, mas não tenho informação e eu pretendo não falar de uma coisa tão sensível sem ter as informações necessárias”, afirmou em coletiva de imprensa na França.

“Eu não sei o tamanho da rebelião. Eu só estou te pedindo o seguinte: quem sabe quando eu voltar para o Brasil, no dia seguinte eu já tenha todas as informações possíveis porque eu vou conversar com muita gente a respeito ‘dessa chamada rebelião'”, acrescentou.

O grupo miliciano Wagner era aliado do presidente da Rússia, Vladimir Putin, e teve papel fundamental nas conquistas de territórios da Ucrânia. Porém, na noite de sexta (23), o líder dos mercenários, Yevgeny Prigozhin, comunicou que estava rompido com o governo russo.

Prigozhin também relatou que o Kremlin atacou soldados do grupo Wagner, por isso os milicianos iriam reagir. Neste sábado, o ex-aliado de Putin afirmou que tomou o controle de instalações militares de duas cidades russas.

Lula falou sobre a guerra na Ucrânia

Lula foi perguntado por jornalistas sobre a repercussão internacional sobre seus posicionamentos em relação ao conflito na Ucrânia.

Em abril, Lula acusou os Estados Unidos e a União Europeia de incentivarem a prorrogação da guerra. O petista foi criticado pelos norte-americanos e europeus, levando-o a condenar a “violação da integridade territorial” da Ucrânia.

Lula tem dito que quer ser um mediador entre Rússia e Ucrânia para que o conflito chegue ao fim. Ele vem buscando apresentar uma proposta de diálogo para a paz. Hoje, voltou a dizer que é contra a guerra e trabalhará pela paz.

“O meu pensamento é simples: eu sou contra a guerra. Eu quero paz. É isso. Nós condenamos a invasão da Rússia ao território da Ucrânia. Isso já está declarado e votado na ONU. Mas isso não implica que eu vou ficar fomentando a guerra. Eu quero criar condições para que os dois países se sentem. Por enquanto, eles não querem se sentar porque cada um está achando que vai ganhar, mas em algum momento eles vão sentar. E vão precisar de interlocutores com muita responsabilidade para tentar negociar. E o Brasil está participando”, concluiu.

Lula na Europa

Lula viajou para a Europa na segunda (19) para cumprir agendas na Itália e na França. Ele se reuniu com o presidente da Itália, Sergio Mattarella, Papa Francisco e o presidente frânces, Emmanuel Macron.