GEORGETOWN, GUIANA — O presidente Lula reconheceu a dificuldade em encontrar uma solução rápida para a crise entre Guiana e Venezuela pelo território de Essequibo. Ele destacou que o problema não foi resolvido em 100 anos e que pode levar mais algumas décadas para se chegar a um acordo.
Lula disse que o Brasil está empenhado em manter a paz na região e que não vai tratar do assunto em suas reuniões com os presidentes Irfaan Ali (Guiana) e Nicolás Maduro (Venezuela). Ele defende o diálogo como única forma de resolver a crise e acredita que a violência só criará mais problemas.
O presidente brasileiro se reuniu com Ali e tem um encontro marcado com Maduro, mas o tema Essequibo não está na agenda das conversas. Lula argumenta que este não é o momento de discutir a questão, mas que o Brasil está disposto a conversar com ambos os países quando for necessário.
Entenda a crise
A disputa pelo território de Essequibo se agravou em dezembro de 2023, quando a Venezuela realizou um referendo para criar uma província na região e dar nacionalidade venezuelana aos seus habitantes. A Guiana considerou o ato ilegal e a crise chegou a um ponto de tensão militar.
Diante da iminência de um conflito, o Brasil reforçou a presença militar em Roraima e os governos de Guiana e Venezuela se reuniram em dezembro para descartar o uso da força. Em janeiro de 2024, foi realizada uma rodada de diálogo em Brasília com a mediação do Brasil, São Vicente e Granadinas e Dominica.