Lula desautorizou meta fiscal de Haddad por ciúmes

Após atacar a meta fiscal, Lula convocou reunião para “discutir reforma tributária”, sinalizando de novo que ele define a reforma e não Haddad.

Lula convidou jornalistas amigos para inesperado café da manhã, dias atrás, para se certificar da repercussão do ataque que faria ao “déficit zero” do ministro Fernando Haddad (Fazenda). Não foi convicção ou por falta dela: velhos petistas que conhecem a alma de Lula dizem que queria mesmo desautorizar e sobretudo “cortar asas” de Haddad, cujo protagonismo o deixa enciumado. “Lula conseguiu o que queria”, disse um petista histórico de São Paulo, “mostrar que é ele quem manda”.

Após atacar a meta fiscal, Lula convocou reunião para “discutir reforma tributária”, sinalizando de novo que ele define a reforma e não Haddad.

Nos 43 anos de existência do PT, Lula sufocou todas as lideranças que poderiam rivalizar sua liderança. A bola da vez foi Fernando Haddad.

Apesar da humilhação, em vez de pedir o boné, Haddad optou por hostilizar jornalistas com perguntas incômodas, de olho na sucessão.

No PT, a certeza é que Lula foi instigado contra Haddad pelo chefe da Casa Civil, Rui Costa, também pré-candidato. Mas nem precisava.