Lixo invade rio Tarumã e expõe crise ambiental crônica em Manaus

MANAUS (AM) — Manaus enfrenta novamente uma grave crise ambiental com o acúmulo de toneladas de lixo no rio Tarumã, um dos principais afluentes do rio Negro. Imagens impactantes divulgadas nas redes sociais nesta semana mostram uma extensa camada de resíduos sólidos flutuando nas águas, especialmente na área da Marina do Davi, próxima à Ponta Negra – região frequentada por turistas e moradores para lazer e passeios fluviais.

O material poluente, composto principalmente por plásticos e outros detritos, é arrastado dos igarapés urbanos de Manaus sempre que ocorrem chuvas fortes, que elevam o nível das águas e transportam o lixo descartado de forma irregular. Na gravação, a artista Márcia Novo destaca a responsabilidade compartilhada pela poluição: “De todos nós”, afirma, ao lamentar que, apesar de uma década de esforços em conscientização, o problema retorna com frequência. “Há dez anos estamos lutando, mas é só chover…”, desabafa ela.

Embora a Prefeitura de Manaus invista em operações de limpeza, removendo grandes quantidades de resíduos e implantando barreiras ecológicas para interceptar o material flutuante, especialistas e ambientalistas apontam que essas medidas são insuficientes. O lixo frequentemente contorna as contenções após novas precipitações, descendo incontrolavelmente rumo ao Tarumã.
A Associação dos Amigos do Tarumã, ativa na região há anos, reforça a necessidade urgente de educação ambiental e mudanças nos hábitos de descarte. O rio, vital para o turismo local e o equilíbrio ecológico, serve como rota para comunidades ribeirinhas e áreas de lazer, mas sua degradação contínua ameaça não apenas a biodiversidade, mas também o rio Negro como um todo.
Sem ações mais amplas, como o tratamento adequado dos igarapés poluídos e uma maior conscientização coletiva, cenas como essa devem se repetir, agravando o impacto ambiental em uma das principais referências naturais de Manaus.