Justiça iraniana condena manifestante à pena de morte

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Os iranianos seguem protestando nas ruas pela morte de Mahsa Amini e, neste domingo (13), a Justiça condenou o primeiro manifestante à pena de morte.

A pessoa condenada foi classificada como “inimiga de Deus” e, de acordo com a sentença, ela foi culpada por incendiar um prédio e conspirar para cometer um crime contra a segurança nacional.

O crime de ser considerado “inimigo de Deus” é um dos mais graves dentro da lei iraniana. O cidadão condenado não teve a identidade revelada.

Um outro tribunal localizado em Teerã, capital do país, sentenciou outras 5 pessoas a penas de entre cinco e dez anos de prisão por “reunir-se e conspirar para cometer um crime contra a segurança nacional e alterar a ordem pública”.

Dado que se trata de tribunais em primeira instância, todos os condenados podem recorrer às sentenças anunciadas.

Protestos no Irã

Os protestos se iniciaram após a prisão e a posterior morte de Mahsa Amini, uma jovem de 22 anos que havia sido detida por não usar o hijab de maneira “correta”. Originária do Curdistão iraniano, ela morreu três dias depois de ser detida em Teerã.

Mahsa Amini visitava a capital do país com sua família quando foi abordada pelos agentes da polícia da moralidade, sendo presa em seguida acusada de usar de maneira incorreta o hijab e pelo fato de não trajar roupas largas nos braços e nas pernas. Logo após a abordagem, ela chegou a desmaiar enquanto era levada para um centro de detenção para ser “educada”.

A família de Amini alega que ela foi espancada dentro da polícia da moralidade, antes de ser transferida para uma “aula de reforço sobre a necessidade de cobertura islâmica”. Em resposta, a polícia apresentou vídeos do circuito interno que provariam que ela saiu da van e entrou na aula aparentemente ilesa.

O Irã, por sua vez, afirma que a morte de Amini está relacionada a sequelas de uma cirurgia no cérebro e não foi causada por espancamento.

A ONG Iran Human Hights divulgou dados que dão conta de que 326 pessoas morreram por conta da repressão policial aos protestos. 43 crianças estariam entre os mortos.

Por ÚLTIMO SEGUNDO