
EUA — O Departamento de Justiça dos Estados Unidos (DOJ) intensificou sua ofensiva contra o domínio do Google no mercado de publicidade digital. Em uma proposta apresentada a um tribunal federal, o DOJ solicita que a gigante tecnológica se desfaça de duas de suas principais plataformas: o Ad Exchange (AdX), responsável pela intermediação de leilões de anúncios, e o DoubleClick for Publishers (DFP), sistema de gerenciamento de publicidade para editores.
A iniciativa surge após uma decisão da juíza federal Leonie Brinkema, que concluiu que o Google violou leis antitruste ao manter práticas monopolistas nos mercados de servidores de anúncios e de leilões digitais. Segundo o DOJ, a integração entre o AdX e o DFP permitiu ao Google impor condições desfavoráveis a editores e anunciantes, restringindo a concorrência e prejudicando o ecossistema publicitário.
Além da venda das plataformas, o DOJ propõe que o Google seja proibido de operar um mercado de anúncios digitais por um período de dez anos. A proposta também inclui medidas como a criação de interfaces de programação (APIs) para facilitar a interoperabilidade com sistemas concorrentes e a liberação do código de leilões sob licença de código aberto.
Em resposta, o Google argumenta que as medidas propostas são excessivas e prejudiciais ao setor. A empresa defende soluções comportamentais, como maior transparência nos lances e eliminação de práticas controversas em seus sistemas de leilão. O Google também propôs a nomeação de um administrador independente para supervisionar suas operações por três anos, visando atender às preocupações regulatórias sem desmembrar suas plataformas.
O caso está programado para julgamento em setembro e representa um dos maiores desafios antitruste enfrentados pelo Google. Se aprovada, a divisão das plataformas publicitárias da empresa poderá redefinir o panorama da publicidade digital, promovendo maior competição e diversidade no setor.


