Justiça condena professor de voleibol por exploração sexual de adolescentes em Manaus

De acordo com as investigações, o réu utilizava sua posição de treinador para atrair e submeter os jovens à prostituição.

MANAUS, AM — Um professor de voleibol foi condenado a 78 anos, seis meses e 12 dias de prisão por crimes de exploração sexual contra 11 adolescentes do sexo masculino em Manaus. A sentença, proferida nesta quarta-feira (19/02) pela juíza Jacinta Silva dos Santos, da 2ª Vara Especializada em Crimes contra a Dignidade Sexual e Violência Doméstica contra Crianças e Adolescentes, marca um dos casos mais graves de abuso envolvendo um profissional de esportes no estado.

De acordo com as investigações, o réu utilizava sua posição de treinador para atrair e submeter os jovens à prostituição. Os crimes ocorreram entre 2020 e 2023, em datas e locais diversos, mas sempre aproveitando a relação de confiança estabelecida com os alunos. O Ministério Público do Amazonas (MPE) sustentou que o acusado explorava os adolescentes, realizando atos libidinosos em sua residência.

O processo teve início com a decretação da prisão temporária do professor, seguida de busca e apreensão em sua casa. Após prorrogações, a prisão foi convertida em preventiva devido à gravidade dos delitos. Durante a instrução processual, realizada entre junho e agosto de 2024, vítimas e testemunhas prestaram depoimentos que corroboraram a denúncia apresentada pelo MPE em março do mesmo ano.

Na decisão, a magistrada determinou o regime fechado para o cumprimento da pena, negando ao réu o direito de recorrer em liberdade. Para a juíza, a conduta do professor demonstra manipulação e abuso de poder, além de alto risco de reincidência. A sentença reforça a necessidade de medidas rigorosas para proteger crianças e adolescentes em ambientes vulneráveis.

A defesa poderá recorrer da decisão por meio de apelação. O caso chama a atenção para a importância de fiscalizar espaços como escolas e clubes esportivos, onde relações de autoridade podem ser exploradas de forma criminosa. A condenação também destaca a urgência no combate à exploração sexual infantil e juvenil.