Jovens são torturadas e mortas em crime transmitido por videochamada para mandante preso

Até o momento, três pessoas foram detidas, e um quinto suspeito, também investigado, segue foragido.

CUIABÁ, MT — Um caso brutal abalou o estado de Mato Grosso após a descoberta de que as mortes das jovens Anna Clara Ramos Felipe e Ayla Pereira dos Santos, ambas de 18 anos, foram transmitidas ao vivo por videochamada para um reeducando da Penitenciária Central do Estado (PCE), apontado como mandante do crime. O suspeito, que assistiu à tortura e às execuções das vítimas, teve sua cela vasculhada nesta terça-feira (18) pela Polícia Civil, que encontrou celulares e chips usados no planejamento e transmissão do assassinato.

De acordo com o delegado Igor Sasaki, responsável pelas investigações, havia mais de uma pessoa na chamada durante os momentos finais das vítimas. “Na videochamada, tinha mais de uma pessoa, mas a gente ainda está realizando diligências para responsabilizar os outros que estavam nessa ligação”, afirmou. Entre os materiais apreendidos, foi identificado o celular supostamente utilizado para transmitir o crime, que agora passará por perícia.

As jovens tinham envolvimento com uma facção criminosa, e as mortes foram ordenadas por uma organização criminosa, conforme indicam as investigações. A motivação exata do crime ainda é desconhecida, mas a polícia trabalha para desvendar o papel de cada participante da chamada e identificar se há outros mandantes além do preso na PCE. Até o momento, três pessoas foram detidas, e um quinto suspeito, também investigado, segue foragido.

O caso ganhou repercussão nacional devido à crueldade do método utilizado e ao uso de tecnologia para coordenar e assistir ao crime em tempo real. A Polícia Civil mantém as investigações em andamento para esclarecer todas as circunstâncias do assassinato e desarticular a rede criminosa envolvida no episódio.