Jovem violentada dentro da CSN é demitida após voltar de licença

Com a demissão, ela perdeu o direito de plano de saúde da empresa e não teria condições financeiras para arcar com os atendimentos psicólogos e psiquiátricos.

Após ficar três meses de licença médica, a jovem aprendiz de 21 anos que foi violentada dentro da Usina Presidente Vargas, na CSN, foi demitida nesta segunda-feira (2). Familiares e amigos alegam que a jovem não recebeu nenhum apoio da empresa durante a sua licença.

Ela estava recebendo pelo INSS como auxílio doença. O caso, no entanto, seria considerado como acidente de trabalho pelo órgão federal. Mas a empresa se recusou a emitir o CAT (Comunicação de Acidente de Trabalho). Com esse documento, a jovem aprendiz teria um ano de estabilidade no emprego, o que não ocorreu.

— No dia em que voltou, nesta segunda-feira, ela foi informada que estava demitida — disse um familiar da vítima, que pediu o anonimato.

Com a demissão, ela perdeu o direito de plano de saúde da empresa e não teria condições financeiras para arcar com os atendimentos psicólogos e psiquiátricos.

A vítima, que cursa a faculdade de engenharia, também teria dificuldade com os custos da universidade.

O CRIME

No dia 24 de outubro de 2019, a Polícia Civil prendeu um homem de 38 anos, dentro da Usina Presidente Vargas, na CSN, em Volta Redonda. Ele foi acusado de ter estuprado a jovem de 21 anos dentro do galpão da empresa. Ela esteve na delegacia relatando o crime.

Assim, começou as investigações da polícia civil que contou com o apoio do setor de segurança da empresa. O galpão onde os fatos ocorreram fica vazio e serve como almoxarifado.

Ainda segundo a polícia na época, a vítima foi levada ao local pelo homem, superior hierárquico e líder de equipe. No interior do galpão ocorreu a relação sexual não consentida.

A vítima foi submetida a exame de corpo de delito no IML de Volta Redonda, onde as lesões ficaram constatadas.

— Policiais civis conseguiram provas que a vítima já vinha sendo assediado pelo autor. Peritos da Polícia Civil compareceram ao IML durante a madrugada e conseguiram recolher material biológico no chão do galpão. Provavelmente sêmen do autor. O material foi mandado para análise.  Ao final, o indiciado foi preso dentro da CSN e foi lavrado auto de prisão em flagrante pelo crime de estupro — divulgou a  polícia, na época do crime.

Sobre a demissão, a empresa ainda não se manifestou. O acusado permanece preso.

Fonte: TRIBUNA SUL FLUMINENSE