Investigação da FAB descarta falha humana em acidente fatal de Marília Mendonça

Laudo também afirma que não ocorreu falha mecânica; investigação do acidente aéreo durou um ano e seis meses

A Força Aérea Brasileira (FAB) concluiu, nesta segunda-feira (15), a investigação sobre o acidente aéreo que causou a morte da cantora Marília Mendonça. A estrela da música sertaneja morreu em 5 de novembro de 2021, aos 26 anos, na queda de um avião bimotor, em Piedade de Caratinga (MG). “Segundo o documento, as decisões por parte do piloto não demonstram erro”, afirmou o advogado da família de Marília.

As informações só foram divulgadas à imprensa após o Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos (Cenipa) compartilhar os dados com os familiares das vítimas do acidente.

Segundo o advogado, ainda que as decisões do piloto estivessem fora do plano de voo, não foram equivocadas ou erradas. “Existe um plano de voo que teve retificações, mas, sobre a decisão do piloto, não houve nenhuma irregularidade”, afirmou.

Ainda conforme o advogado, a investigação mostrou que os cabos da Companhia Energética de Minas Gerais (Cemig) foram um obstáculo para o avião.

Entre as melhorias, o Cenipa vai indicar a colocação de indicadores no local onde os cabos estão instalados, ainda que estejam fora do perímetro de segurança do aeroporto.

Ainda segundo o advogado, a mãe de Marília Mendonça foi convidada a ir ao evento de leitura do laudo final, mas decidiu não participar.

De acordo com o Cenipa, a apuração não tem como objetivo “apontar culpados” ou causar “implicações judiciais”. “O processo é realizado com o propósito de prevenir novos acidentes e compreende a reunião e a análise de informações e a obtenção de conclusões, o que inclui a identificação dos fatores que contribuíram com a ocorrência, visando à formulação de recomendações sobre a segurança”, afirma o órgão.

No ano passado, o delegado que está à frente da apuração, Ivan Lopes Sales, afirmou que a Polícia Civil de Minas Gerais aguardava a análise no motor do avião para determinar se houve falha humana.

A investigação policial já havia constatado que as condições meteorológicas eram favoráveis ao voo visual no dia do acidente, e foi descartado qualquer problema que pudesse ter obstruído a visão do piloto.